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Art Blakey é tema do 5º volume
da série Folha Clássicos do Jazz
Baterista levou ao gênero elementos do gospel, blues e rhythm'n'blues
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois da voz, do piano, do
trompete e do saxofone, chegou a vez da bateria. Fundador
e líder da banda Jazz Messengers, Art Blakey (1919-1990) é o
tema do volume 5 da Coleção
Folha Clássicos do Jazz, que
chega às bancas no domingo da
semana que vem.
Nascido em Pittsburgh, nos
Estados Unidos, em uma família adventista, Blakey começou
a estudar o piano e a Bíblia na
infância. Podia ter sido um pianista consumado, mas, na mesma cidade, apareceu Erroll
Garner, dois anos mais jovem
-e Art acabou trocando de instrumento, vindo posteriormente a mostrar, na bateria, a
mesma energia e desenvoltura
que Garner demonstrava ao tocar o teclado.
Nos anos 40, Blakey atuou
em bandas de alguns dos maiores nomes daquele período, como Fletcher Henderson, Mary
Lou Williams e Billy Eckstine.
Em uma viagem à África, em
1948, aprendeu a rítmica complexa (polirritmia) que seria a
marca registrada de seu estilo.
E, de quebra, converteu-se ao
islamismo, adotando o nome
de Abdullah Ibn Buhaina -de
onde vem o apelido Bu, pelo
qual ficou conhecido.
Foi nos anos 50, ao lado do
pianista Horace Silver (tema do
volume 10 da Coleção Folha)
que ele criou os Jazz Messengers, grupo fundamental da
consolidação do hard bop, novo
estilo que, incorporando elementos do gospel, do blues e do
rhythm'n'blues, se contrapunha à suavidade do cool jazz.
Para alguns, o hard bop enfatizaria os elementos "africanos"
do jazz, em oposição à inflexão
"européia" do cool.
O fato é que os Jazz Messengers se tornaram uma das principais usinas de talento do jazz,
e o virtuosismo de Art Blakey
galvanizou e inspirou uma série de músicos que tocaram
com ele, destacando nomes do
naipe de Wayne Shorter (saxofone), Freddy Hubbard (trompete) e um jovem trompetista,
para cuja formação a influência
de Blakey se revelaria decisiva:
Wynton Marsalis, que entrou
para os Messengers em 1980,
aos 18 anos de idade.
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