São Paulo, quarta-feira, 15 de fevereiro de 2006

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Regime militar ainda é um estigma

DA REPORTAGEM LOCAL

A direita ameaça sair do armário, mas o problema é: com que roupa? Ainda é forte no país a percepção de que a farda militar de outros tempos lhe cai bem.
Mesmo seus mais notórios representantes traduzem essa dificuldade com a hesitação em assumir o rótulo. Embora a esquerda tenha forte tradição autoritária, décadas de regime militar no Brasil terminaram por criar uma relação quase automática entre direita e ditadura.
Não à toa, o filósofo Denis Lerrer Rosenfield [leia entrevista na página ao lado] repele a caracterização, para depois se dizer da "direita moderna". "As pessoas ficam identificando a direita com regime militar. Aí não dá, né?"
Um dos traços que unificam essa nova corrente, no entanto, é justamente a defesa das liberdades e dos direitos individuais. "Se ser de direita significa defender as liberdades, então sou de direita", diz Rosenfield. "E por liberdades quero dizer as liberdades políticas, de opinião, de expressão, econômica e direitos civis."
O colunista da "Veja" Diogo Mainardi acha difícil ser enquadrado na classificação de nova direita. Ele se diz apenas um antilulista. "Amolo o governo, só isso." O jornalista Reinaldo Azevedo, da revista-site "Primeira Leitura", embora aceite o rótulo "direita democrática", não quer ser confundido com uma direita genérica. O mesmo se aplica ao colunista da Folha Nelson Ascher.


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