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Regime militar ainda é um estigma
DA REPORTAGEM LOCAL
A direita ameaça sair do armário, mas o problema é: com que
roupa? Ainda é forte no país a percepção de que a farda militar de
outros tempos lhe cai bem.
Mesmo seus mais notórios representantes traduzem essa dificuldade com a hesitação em assumir o rótulo. Embora a esquerda
tenha forte tradição autoritária,
décadas de regime militar no Brasil terminaram por criar uma relação quase automática entre direita e ditadura.
Não à toa, o filósofo Denis Lerrer Rosenfield [leia entrevista na
página ao lado] repele a caracterização, para depois se dizer da "direita moderna". "As pessoas ficam identificando a direita com
regime militar. Aí não dá, né?"
Um dos traços que unificam essa nova corrente, no entanto, é
justamente a defesa das liberdades e dos direitos individuais. "Se
ser de direita significa defender as
liberdades, então sou de direita",
diz Rosenfield. "E por liberdades
quero dizer as liberdades políticas, de opinião, de expressão, econômica e direitos civis."
O colunista da "Veja" Diogo
Mainardi acha difícil ser enquadrado na classificação de nova direita. Ele se diz apenas um antilulista. "Amolo o governo, só isso."
O jornalista Reinaldo Azevedo, da
revista-site "Primeira Leitura",
embora aceite o rótulo "direita
democrática", não quer ser confundido com uma direita genérica. O mesmo se aplica ao colunista da Folha Nelson Ascher.
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