São Paulo, sexta-feira, 15 de abril de 2005 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
NAS LOJAS MPB SÓ TENHO TEMPO PRA SER FELIZ (DVD) TOQUINHO Ao lado do seu inevitável repertório ("Tarde em Itapuã", "Que Maravilha", "Samba de Orly" etc.), Toquinho canta (bem) e toca (melhor) neste DVD gravado no Canecão, no Rio, músicas de outros autores que são importantes na sua vida, como "Este Seu Olhar" (Tom Jobim), "Sinal Fechado" (Paulinho da Viola) e "Berimbau" (Baden Powell/Vinicius de Moraes). Os momentos instrumentais se destacam, ao contrário daqueles em que a vocalista Vanda Breder canta mais alto do que Toquinho. POR QUE OUVIR: Há extras ótimos. Toquinho jogando sinuca com Paulinho da Viola, conversando com seus pais, lembrando-se de Vinicius e da paixão juvenil por Elis Regina. (LUIZ FERNANDO VIANNA) GRAVADORA: Biscoito Fino. QUANTO: R$ 40, em média. Jazz THE WORLD OF NAT KING COLE NAT KING COLE Um destes "King" que fazem jus à nobreza do apelido, Mr. Cole tem uma extensa coletânea de coletâneas no mercado. E coletâneas são coletâneas. Mas esta, feita para relembrar os 40 anos da morte do intérprete, talvez seja a melhor de todas. É esta faceta, a de intérprete (o lado pianista/jazzista fica sempre para trás), a contemplada nas 28 faixas muito bem remasterizadas e apresentadas com a elegância que um King merece -OK, não precisavam reeditar o esquecível dueto póstumo dele com a filha Natalie em "Unforgettable"; OK 2, é a última do CD. POR QUE OUVIR: É a chance de relembrar os classicões "colenianos", como "Smile", "Mona Lisa" e "Quizás, Quizás, Quizás" e de redescobrir belezuras como "Let There Be Love" . (CASSIANO ELEK MACHADO) GRAVADORA: EMI. QUANTO: R$ 32, em média. Black SOUL TO SOUL (DVD) VÁRIOS Em 1971, artistas negros dos EUA cantaram em Gana em nome do pan-africanismo: a volta à Mãe África pelo intercâmbio musical. "Soul to Soul" documenta a viagem, que traz Ike & Tina Turner, Wilson Pickett e o negro-honorário Santana, entre americanos e locais. O filme mostra que alguns artistas viveram o retorno, enquanto outros se entediaram, o que traz descrença quanto ao êxito da primeira intenção. Nos shows, porém, o delírio é coletivo, o bailão se instaura, e é difícil não se se emocionar. Traz também outro CD, com mais músicas do show. POR QUE OUVIR: A ciência não tem dúvidas de que a raça humana surgiu na África. Ouça sua mãe cantando. (MÁRVIO DOS ANJOS) GRAVADORA: Warner. QUANTO: R$ 90, em média. MPB AZUL INVISÍVEL, VERMELHO CRUEL LULA QUEIROGA Lula Queiroga é parceiro de Lenine, gravou com ele um disco em 1983, conta com o amigo em quatro faixas de seu novo CD e comunga das mesmas idéias, como a mistura de temas e sons nordestinos com temas e sons universais, além da liberdade poética espelhada em neologismos ("Pobretown" e "Morbidance"). A receita dá bons resultados quando melodias e letras sobrevivem a efeitos vários e se provam músicas antes de serem conceitos. POR QUE OUVIR: Fragmentada por natureza, a música de Queiroga tem achados espalhados pelas canções. A forte "Pobretown" e a delicada "Duvidez" são destaques. (LFV) GRAVADORA: Luni. QUANTO: R$ 25, em média. Rock TYRANNY OF SOULS BRUCE DICKINSON Mesmo depois de voltar ao Iron Maiden, o vocalista grava novamente em seu projeto solo, em que consegue se desprender da personalidade marcante da "donzela de ferro" e cantar a maioria das músicas num tom mais grave e lento e numa temática ainda mais obscura de que na banda. O disco é irregular e não alcança a potência criativa de "Accident of Birth" nem o ápice que Maiden reencontrou em "Dance of Death". Vai de boas canções como "Abduction" a limitadas como "Devil on a Hog". POR QUE OUVIR: Dickinson é um dos vocalistas mais importantes da história do rock e vai da melodia à agressividade de forma natural e envolvente. (DB) Gravadora: Century Media. Quanto: R$ 30, em média. Rock THE DIFFERENCE BETWEEN ME AND YOU... MCLUSKY Bola preta é uma atitude radical, mas o trio galês fez por onde. Poucos discos conseguem ser tão irritantes quanto este, a começar pelo título, que não coube aí em cima ("...Is That I'm Not on Fire" é a continuação). A guitarra ruge, o baixo é distorcido até a imundície, as músicas são o evangelho da raiva, e o resultado lembra mistura piorada de Public Image e do Atari Teenage Riot. Tudo o que um moleque sonha ter para perturbar os vizinhos? Sim, se ele mesmo não morrer de tédio com essa monotonia furibunda. "Tem coisa aqui que nem deveria existir", diz-me um fã. Entendeu o drama? POR QUE OUVIR: Boa pergunta. Bem, às vezes é necessário e saudável cultivar o ódio. Se plantar aqui, cresce. (MDA) GRAVADORA: Sum Records. QUANTO: R$ 35, em média. Texto Anterior: Eletrônico: Dolores dá vazão a som "de pobre" Próximo Texto: Erika Palomino Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |