LEONARDO CRUZ
da Redação

Às 19h55 de anteontem, quando Bob Dylan abria, com "To Be Alone with You", sua apresentação na pista de atletismo do Ibirapuera, eu e amigos aguardávamos na fila para entrar para o show, cujo ingresso saiu por R$ 65 cada.
Naquele momento, na rua Prof. João Marinho, a cerca de dois quilômetros dos portões de entrada, tentávamos ouvir um pouco do show de Dylan, mas não era fácil.
A fila dava a volta em um quarteirão da rua Tutóia, e, conforme avançava, ficávamos ainda mais longe do palco. Nessa hora, erámos nós o show. Os moradores da região iam para a janela de suas casas observar o congestionamento humano. Uma garota colocou uma cadeira na varanda para ver melhor o espetáculo. Só faltou a pipoca.
Depois do show de Dylan, quando o horário previsto para a entrada dos Stones (21h30) se aproximava, cambistas percorriam a fila, para comprar os ingressos dos desistentes. Ofereciam R$ 30 e diziam que iriam revender em um ponto mais perto do portão.
Após as 21h30, com o atraso da atração principal da noite, a organização do espetáculo acelerou o ritmo de entrada na pista de atletismo, e os espectadores foram incentivados a praticar um rápido cooper. Monitores, usando camisetas vermelhas, diziam aos que chegavam: "Corre, vai logo. O show vai começar".



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