São Paulo, quinta-feira, 15 de junho de 2006

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DESTILADOS E CERVEJAS COMBINAM COM QUEIJOS

RACHEL BOTELHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O inverno é uma boa desculpa para um "queijo e vinho". Para variar o cardápio e mostrar que a bebida não detém o monopólio das harmonizações com o laticínio, a Folha pediu sugestões de "casamentos" bem-sucedidos a especialistas das duas áreas.
Segundo o mestre-queijeiro Jair Jorge Leandro, representante da Laticínios Boa Nata, há muitas combinações clássicas entre queijos e bebidas destiladas ou cervejas. Calvados (destilado de maçã) da Normandia, na França, com o camembert lait cru é um exemplo regional. Outros são mais universais, como o uísque com cheddar maturado e conhaque ou brandy com queijos de ovelha curados.
Entre os queijos brasileiros, Leandro recomenda o creme bola com cerveja pilsen ou vodca (inclusive como caipiroska). "A delicada e amanteigada textura do creme bola recebe bem o sabor neutro da vodca, resultando em um retrogosto bastante agradável", diz. O minas curado com cachaça é outra combinação valiosa, comum no interior de Minas Gerais, e muito antiga.
No caso das cervejas, Leandro afirma que as melhores combinações se dão com queijos menos gordurosos. "Os chèvres [queijos de cabra macios] vão bem com cervejas tipo ale, e o cheddar, com as stout." Para Wilson Fornazier, mestre-cervejeiro da Ambev, no caso de queijos de veia azul, como o gorgonzola e o roquefort, é melhor uma cerveja que possa se contrapor à sua acidez -como as do tipo abadia. Segundo ele, a bock também é indicada para acompanhar esses queijos e o parmesão. "Para queijos mais suaves, como o brie, é melhor uma cerveja pilsen mais encorpada e amarga", diz. As de trigo, mais ácidas, combinam com queijos suaves, como prato, mussarela e pecorino.
Para Eduardo Rotella, especialista em uísque da Pernod Ricard Brasil, a bebida não harmoniza facilmente com queijos, mas há combinações interessantes. "O gruyère deixa uma sensação aveludada na boca, mas deve ser acompanhado de pão. O parmesão faixa azul também agrada, devido à acidez equilibrada", afirma.

NACIONAL
A Bohemia Confraria, lançada no inverno do ano passado, volta ao mercado no início de julho. A cerveja, do tipo abadia, tem 6,2% de teor alcoólico e aroma característico de especiarias. Preço sugerido: R$ 5,49 (mercados) e R$ 7,49 (bares).

IMPORTADAS
Duas novas cervejas chegam ao Brasil: a irlandesa Wexford (R$ 7,30) é cremosa, com suave sabor de frutas e toques de lúpulo. Já a Strong Suffolk (R$ 12,40) é a única cerveja inglesa que passa por dois anos de maturação em tonéis de carvalho.


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