São Paulo, sexta-feira, 15 de junho de 2007

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Orquestra Imperial lança disco de inéditas

Banda aposta em sambas de clima saudosista

ADRIANA FERREIRA SILVA
EDITORA DO GUIA DA FOLHA

Era para ser apenas uma "pelada às segundas-feiras", um joguinho sem compromisso com os amigos. Mas o brinquedo ficou sério, o grupo, "hype", e eis que a Orquestra Imperial já tem até um disco, "Carnaval Só Ano que Vem".
"Não sei o que fizemos de errado para dar tão certo", fala rindo o músico e produtor Berna Ceppas. Ele e Kassin inventaram o projeto, de uma big band pop, tocando no formato dos antigos bailes de gafieira, para uma curta temporada na extinta casa de shows Ballroom, no Rio de Janeiro.
Para isso, escalaram amigos como Domenico Lancellotti e Moreno Veloso (+2), Rodrigo Amarante (Los Hermanos), Thalma de Freitas, Pedro Sá e Max Sette, entre outros jovens talentos cariocas. A eles, juntou-se o bamba Wilson das Neves e eis que a fórmula de sucesso estava completa.
Das Neves é o principal responsável pelo álbum, afirma Ceppas, pois são dele as melodias que resultaram nas simpáticas composições do CD, todas inéditas. Pontuado principalmente pelo samba, o trabalho lembra pouco o ambiente festivo dos shows da Orquestra.
"Nunca pensamos em fazer um disco de baile", explica Ceppas. "Queríamos fazer um DVD, mas isso seria mais caro, mais complicado. Muitas das músicas [tocadas ao vivo] têm gravações antológicas primorosas, por isso, a opção por um CD de originais."
Para trazer o clima das performances ao estúdio, todas as músicas foram gravadas ao vivo. Apenas metais foram adicionados posteriormente.
O resultado é um disco que, se não tem a mesma pegada dos shows, ganha pontos justamente por investir na originalidade.
Num clima saudosista, entre a bossa e o samba, destacam-se músicas como "Jardim de Alah", interpretada por Moreno Veloso em tom vocal que facilmente poderia ser confundido com o de seu pai, Caetano.
A delicada voz de Thalma de Freitas brilha no samba "Não Foi em Vão" e a simplicidade inventiva dos +2 (Moreno, Kassin e Domenico) aparece na romântica "O Mar e o Ar".
Há bobagens que costumam agradar os fãs da big band, como o bem-humorado "Ereção", um samba de "menino", e a praieira "Yarusha Djaruba".
Sem grandes pretensões, a Orquestra Imperial fez um CD daqueles que quanto mais a gente ouve, mais gosta. Tomara que a brincadeira dure ainda muito tempo.


CARNAVAL SÓ ANO QUE VEM
Artista:
Orquestra Imperial
Gravadora: Ping Pong/Som Livre
Quanto: R$ 27,90, em média
Avaliação: ótimo


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