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Orquestra Imperial lança disco de inéditas
Banda aposta em sambas de clima saudosista
ADRIANA FERREIRA SILVA
EDITORA DO GUIA DA FOLHA
Era para ser apenas uma "pelada às segundas-feiras", um joguinho sem compromisso com
os amigos. Mas o brinquedo ficou sério, o grupo, "hype", e eis
que a Orquestra Imperial já
tem até um disco, "Carnaval Só
Ano que Vem".
"Não sei o que fizemos de errado para dar tão certo", fala
rindo o músico e produtor Berna Ceppas. Ele e Kassin inventaram o projeto, de uma big
band pop, tocando no formato
dos antigos bailes de gafieira,
para uma curta temporada na
extinta casa de shows Ballroom, no Rio de Janeiro.
Para isso, escalaram amigos
como Domenico Lancellotti e
Moreno Veloso (+2), Rodrigo
Amarante (Los Hermanos),
Thalma de Freitas, Pedro Sá e
Max Sette, entre outros jovens
talentos cariocas. A eles, juntou-se o bamba Wilson das Neves e eis que a fórmula de sucesso estava completa.
Das Neves é o principal responsável pelo álbum, afirma
Ceppas, pois são dele as melodias que resultaram nas simpáticas composições do CD, todas
inéditas. Pontuado principalmente pelo samba, o trabalho
lembra pouco o ambiente festivo dos shows da Orquestra.
"Nunca pensamos em fazer
um disco de baile", explica Ceppas. "Queríamos fazer um
DVD, mas isso seria mais caro,
mais complicado. Muitas das
músicas [tocadas ao vivo] têm
gravações antológicas primorosas, por isso, a opção por um
CD de originais."
Para trazer o clima das performances ao estúdio, todas as
músicas foram gravadas ao vivo. Apenas metais foram adicionados posteriormente.
O resultado é um disco que,
se não tem a mesma pegada dos
shows, ganha pontos justamente por investir na originalidade.
Num clima saudosista, entre a
bossa e o samba, destacam-se
músicas como "Jardim de
Alah", interpretada por Moreno Veloso em tom vocal que facilmente poderia ser confundido com o de seu pai, Caetano.
A delicada voz de Thalma de
Freitas brilha no samba "Não
Foi em Vão" e a simplicidade
inventiva dos +2 (Moreno, Kassin e Domenico) aparece na romântica "O Mar e o Ar".
Há bobagens que costumam
agradar os fãs da big band, como o bem-humorado "Ereção",
um samba de "menino", e a
praieira "Yarusha Djaruba".
Sem grandes pretensões, a
Orquestra Imperial fez um CD
daqueles que quanto mais a
gente ouve, mais gosta. Tomara
que a brincadeira dure ainda
muito tempo.
CARNAVAL SÓ ANO QUE VEM
Artista: Orquestra Imperial
Gravadora: Ping Pong/Som Livre
Quanto: R$ 27,90, em média
Avaliação: ótimo
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