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ARTES CÊNICAS
Evento realizado na cidade paulista a partir de quarta investe no experimental em sua 22ª edição
Festival de Rio Preto
Festival de Rio Preto faz "mosaico" teatral
VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Pelo segundo ano consecutivo,
o Festival Internacional de Teatro
de São José do Rio Preto, que começa na próxima quarta-feira e
acontece até o dia 28, no interior
paulista, assume uma programação de risco, antifórmula, como
afirma o seu coordenador-geral
Vitor Zenezi, 36.
"Não sabemos o que vai funcionar", diz ele. Desde o ano passado
em formato internacional, o festival se inclina mais à experimentação do que à convenção.
A 22ª edição do evento pode ser
configurada como um "mosaico",
segundo Zenezi. Dos espetáculos
estrangeiros aos nacionais, inclusive na programação paralela (filmes, lançamentos editoriais, oficinas), o chamado teatro comercial passa ao largo. E o público demonstra consentir.
Têm ingressos esgotados, por
exemplo, "Calendário da Pedra",
solo de Denise Stoklos, e a demonstração de processo de "Cão
Coisa e a Coisa Homem", com direção de Aderbal Freire-Filho e
Luis Melo no elenco.
A primeira montagem do Ateliê
de Criação Teatral (ACT), núcleo
que Melo mantém em Curitiba,
faz parte do segmento Processos.
Nele, o público tem a chance de
acompanhar em que etapa de
criação se encontram espetáculos
programados para estrear no segundo semestre.
Será assim também com "Os
Sertões", dirigido por José Celso
Martinez Corrêa; "Hamlet", por
Francisco Medeiros; e "Woyzeck
Desmembrado", Cibele Forjaz.
Internacional
O multiartista belga Jan Fabre,
cuja obra é introduzida no Brasil
pela primeira vez, encabeça os
destaques internacionais.
Serão apresentadas duas peças
concebidas por ele, cinco curtas-metragens que dirigiu e edições
da revista européia de artes "Janus", da qual Fabre foi um dos
fundadores.
Nascida na Rússia em 88 e hoje
sediada na Alemanha, a companhia Derevo mostra "Once...
Amor, Lágrimas e Corações Partidos", espetáculo "mudo". E a terceira atração é o teatro de rua do
grupo australiano Strange Fruit,
que inclui técnica circense em
"The Field".
A obra do diretor e pensador
francês Antonin Artaud (1896-1948) inspira outros dois segmentos do festival: lugarUMBIGO
(grafado assim) e Preto Artaud.
Concebidos sob consultoria do
produtor cultural Ricardo Muniz
Fernandes, carregam a marca do
alternativo e confluência de outras artes, como música e cinema.
No lugarUMBIGO, um prédio,
haverá performances de Pascoal
da Conceição, Vadim Nikitin, Renato Cohen, Priscila Dias, Circo
Mínimo, La Mínima e outros.
O Preto Artaud leva performances de 14 grupos rio-pretenses a
pontos diferentes, sempre encarando o teatro segundo Artaud,
que teve em Rubens Corrêa um
praticante de suas idéias no país
(aliás, esta edição do festival é dedicada ao ator, morto em 96).
A experimentação também é estendida à dramaturgia. O Núcleo
Teatro Promíscuo encena textos
de Mário Bortolotto, Leonardo
Alkmin e Newton Moreno. O paraibano Ariano Suassuna e o paulista Plínio Marcos também ganham montagens.
Segundo a organização, o festival é orçado em R$ 900 mil: R$
450 mil do Sesc (SP e Rio Preto),
R$ 300 mil captados por meio do
Ministério da Cultura, R$ 100 mil
da Secretaria de Estado da Cultura e R$ 50 da prefeitura.
22o FESTIVAL INTERNACIONAL DE
TEATRO DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
-0Abre qua., dia 17, e segue até 28 de
julho. Ingressos: R$ 2,50 a R$ 10. Mais
informações pelo tel. 0/xx/17/3216-9300, r. 9333 ou 9313
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