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O show não para
Calendário pop brasileiro ferve
com apresentações de artistas de peso, apesar da diminuição do número de
festivais bancados por empresas
Kevork Djansezian/Associated Press
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MARIAH CAREY
Após se apresentar no funeral de Michael Jackson, a cantora visitará o Brasil no dia 24 de outubro
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
A crise econômica que se
alastrou pelo planeta desde setembro de 2008 atingiu apenas
parcialmente o mercado de
shows internacionais do Brasil.
Parcialmente porque, se o calendário de festivais corporativos diminuiu drasticamente,
muitos artistas continuam desembarcando no país para
apresentações individuais.
É como se esse mercado estivesse dividido em dois. De um
lado, eventos como Tim Festival, Skol Beats, Orloff 5, Nokia
Trends e Motomix, entre outros, que, pelo menos por enquanto, desapareceram. Do outro lado, encontram-se datas
fechadas por gente como Radiohead, Elton John e Jonas
Brothers, para ficar em alguns
dos nomes que já pisaram nos
palcos brasileiros em 2009.
Produtores ouvidos pela Folha afirmam que, enquanto as
empresas que costumam patrocinar grandes eventos seguraram seus investimentos com
receio de que a crise se agravasse, há algumas razões que explicam a estabilidade da agenda de
shows pop internacionais
-agenda que deve ser preenchida, até o final do ano, por
Mariah Carey, Depeche Mode,
Faith No More e AC/DC.
"O circo não para. Houve,
sim, uma adaptação à nova realidade", opina Willian Crunfli,
presidente da Mondo Entretenimento, empresa responsável
por contratar artistas como Jonas Brothers e Bob Dylan.
Uma dessas adaptações: "O
dólar não está tão caro, o que
ajuda na contratação de artistas", diz Marcos Boffa, que este
ano trouxe bandas como The
View e Matt & Kim. "Além disso, as pessoas não querem parar de ir a shows. Se não der para ir a dois, vão a apenas um.
Mas vão."
Segundo os produtores, o
movimento de artistas estrangeiros no Brasil no segundo semestre será maior do que o dos
primeiros seis meses do ano.
"No segundo semestre, haverá congestionamento [de eventos]", diz Boffa. "Até porquê há
festivais argentinos e chilenos
que atraem bandas para cá."
Um desses festivais é o Pepsi
Music, que levará a Buenos Aires, no final de outubro, a banda americana Faith No More.
Dias depois, ela deve se apresentar em São Paulo.
Paraíso dos cachês
Outro motivo que faz os artistas estrangeiros olharem
com carinho para o Brasil: aqui
se paga cachê mais alto do que
na Europa e nos EUA -Brasil,
Japão e Austrália são os grandes pagadores do showbiz hoje.
"Normalmente, as bandas
acertam os shows no Brasil
quando as turnês europeia e
americana estão terminando",
explica a produtora Paola Wescher (que traz o grupo Friendly
Fires em agosto). "Neste ano,
estamos recebendo ofertas para incluir o Brasil no meio das
turnês do hemisfério Norte."
Jeffrey Neale, da Dueto (que
até 2008 era responsável pela
produção do Tim Festival), cita
dois motivos pelos quais o Brasil segue no radar pop:
"Os estrangeiros são encantados com o país, e isso facilita.
Em segundo lugar, o Brasil é
um mercado muito forte, que
tem uma economia estável e
mantém uma massa salarial."
Mas para Ana Garcia, que até
o final do ano produzirá apresentações de gente como o
francês Sebastien Tellier, essa
afeição ao Brasil não está tão
forte: "As bandas querem tocar
mais e por cachês mais altos.
Alguns desses artistas estão
dando prioridades aos grandes
festivais europeus".
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