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CRÍTICA
"Tesão" não resiste até o final do programa
FRANCISCO MARTINS DA COSTA
Editor do TV Folha
Faltou Viagra. O tesão, tema da
festa do VMB 98, não resistiu às
duas horas e meia do programa. Se
tudo começou bem, com um picante desenho animado de duas
garotas trocando carícias e tomando um ecstasy no banheiro de
uma festa, quando chegou próximo do fim, o anticlímax ficou por
conta das crianças fantasiadas de
zebrinha, tourinho, vaquinha, tigrinho e gambazinho.
O anúncio do principal prêmio
da noite merecia algo mais sexy ou
polêmico. Qualquer outra personalidade faria melhor que aqueles
inocentes e meigos bichinhos da
Parmalat. Animal por animal, por
que não convocaram o Edmundo?
Será que a dupla Christiane Torloni & Silvia Pfeiffer não podia ressurgir dos escombros do shopping
de "Torre de Babel" para assumir
a função? Ou então, que fossem
chamadas Vera Fischer, Ana Paula
Arósio, Danielle Winits ou mesmo
Carla Perez.
Mas isso é só um detalhe. No geral, o programa ficou ainda mais
ágil do que o do ano passado, com
a eliminação de todas aquelas entrevistas com os vencedores nos
bastidores. O cenário, novamente
criado por Gringo Cardia, funcionou muito bem e o mestre-de-cerimônias Carlinhos Brown teve
bons momentos em cena. Sua chegada foi sensacional, primeiro saltando de um pára-quedas (em animação) e depois (já em carne e osso) correndo pelo meio da platéia
do Anhembi. Pena que, no desenho, ele estivesse sem barba.
Ainda bem que Pedro Cardoso
ficou de fora. Já pensou se ele fica
naquela interminável dúvida sobre a necessidade ou não da bancada de "A Vida ao Vivo Show"?
O momento de tensão da noite
ficou por conta da irritação de
Carlinhos Brown com o grupo de
seu xará, Mano Brown, no final.
Carlinhos interrompeu o agradecimento de um dos Racionais com
uma cantiga sobre o Pelourinho e
"criou um clima". O amigável
baiano parece não ter gostado do
sectarismo dos rappers xiitas da
periferia de São Paulo.
O discurso dos Racionais também contrastou com os ensinamentos do professor Pasquale Cipro Neto, que apresentou o prêmio de melhor videoclipe na categoria pop. As frases proferidas por
Mano Brown, Ice Blue e companhia eram recheadas de erros.
No departamento de gafes, a melhor foi a do locutor Sílvio Luiz,
que, ao apresentar a banda Charlie
Brown Jr., disse ter ganho de brinde uma camisinha "personificada" -e não "personalizada".
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