São Paulo, sábado, 15 de agosto de 1998

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CRÍTICA
"Tesão" não resiste até o final do programa

FRANCISCO MARTINS DA COSTA
Editor do TV Folha

Faltou Viagra. O tesão, tema da festa do VMB 98, não resistiu às duas horas e meia do programa. Se tudo começou bem, com um picante desenho animado de duas garotas trocando carícias e tomando um ecstasy no banheiro de uma festa, quando chegou próximo do fim, o anticlímax ficou por conta das crianças fantasiadas de zebrinha, tourinho, vaquinha, tigrinho e gambazinho.
O anúncio do principal prêmio da noite merecia algo mais sexy ou polêmico. Qualquer outra personalidade faria melhor que aqueles inocentes e meigos bichinhos da Parmalat. Animal por animal, por que não convocaram o Edmundo?
Será que a dupla Christiane Torloni & Silvia Pfeiffer não podia ressurgir dos escombros do shopping de "Torre de Babel" para assumir a função? Ou então, que fossem chamadas Vera Fischer, Ana Paula Arósio, Danielle Winits ou mesmo Carla Perez.
Mas isso é só um detalhe. No geral, o programa ficou ainda mais ágil do que o do ano passado, com a eliminação de todas aquelas entrevistas com os vencedores nos bastidores. O cenário, novamente criado por Gringo Cardia, funcionou muito bem e o mestre-de-cerimônias Carlinhos Brown teve bons momentos em cena. Sua chegada foi sensacional, primeiro saltando de um pára-quedas (em animação) e depois (já em carne e osso) correndo pelo meio da platéia do Anhembi. Pena que, no desenho, ele estivesse sem barba.
Ainda bem que Pedro Cardoso ficou de fora. Já pensou se ele fica naquela interminável dúvida sobre a necessidade ou não da bancada de "A Vida ao Vivo Show"?
O momento de tensão da noite ficou por conta da irritação de Carlinhos Brown com o grupo de seu xará, Mano Brown, no final. Carlinhos interrompeu o agradecimento de um dos Racionais com uma cantiga sobre o Pelourinho e "criou um clima". O amigável baiano parece não ter gostado do sectarismo dos rappers xiitas da periferia de São Paulo.
O discurso dos Racionais também contrastou com os ensinamentos do professor Pasquale Cipro Neto, que apresentou o prêmio de melhor videoclipe na categoria pop. As frases proferidas por Mano Brown, Ice Blue e companhia eram recheadas de erros.
No departamento de gafes, a melhor foi a do locutor Sílvio Luiz, que, ao apresentar a banda Charlie Brown Jr., disse ter ganho de brinde uma camisinha "personificada" -e não "personalizada".



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