|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ERUDITO
Orquestra terá na próxima temporada os solistas Nelson Freire, Arnaldo Cohen e Antonio Meneses
7.000 renovam suas assinaturas da Osesp
JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Osesp está encerrando sua
temporada de 2005 com o oratório "Elias", de Felix Mendelssohn
Bartoldi (1809-1847). As récitas
serão hoje, sábado e na segunda-feira, com quatro solistas vocais, o
coro da própria orquestra e a regência de John Neschling.
Depois disso, ela volta apenas
em 8 de março, com a "Missa de
Réquiem", de Giuseppe Verdi,
também com o maestro Neschling, seu diretor artístico.
Mas a novidade é outra. Dos
8.820 assinantes deste ano, quase
7.000 renovaram suas assinaturas, uma taxa invejavelmente elevada de renovação. Eles tiveram
até o último dia 30 para fazê-lo.
Na última terça-feira, os novos
assinantes já começaram a comprar seus pacotes de ingressos. Há
pouco mais de 3.000 assinaturas
disponíveis, com bons lugares sobretudo para as novas séries de
concertos sinfônicos, nas noites
das sextas-feiras.
As assinaturas cobrem de oito a
nove concertos. A exemplo das
vendidas nos seis anos anteriores,
não trazem, individualmente, todas as apresentações.
Mas vejamos a temporada do
ano que vem. Serão ao todo 130
apresentações, com 37 programas
sinfônicos e 17 de câmara.
Os regentes convidados e os solistas integram em geral o que há
de grande opção nas temporadas
das outras grandes orquestras européias e americanas. Há muita
gente boa pela frente.
Alguns exemplos. Entre os
maestros, estarão com a Osesp
Emmanuel Krivine e Alain Lombard, nomes conhecidos na discografia da música erudita, ambos
em setembro. Em abril, a Osesp
será regida por Ira Levin, maestro
americano que foi até o ano passado diretor do Teatro Municipal.
Quanto aos solistas, os três principais nomes brasileiros radicados no exterior, os pianistas Nelson Freire e Arnaldo Cohen e o
violoncelista Antonio Meneses,
participam da temporada. O primeiro com o "Concerto nš 2", de
Prokofiev, no final de junho. O segundo com a "Rapsódia sobre um
Tema de Paganini", de Sergei
Rachmaninov, em março, e o terceiro com as "Variações sobre
Um Tema Rococó", de Tchaikovsky, em outubro.
Os demais pianistas de 2006 serão os seguintes: Jean-Philippe
Collard, Maria João Pires, Vladimir Feltsman, Freddy Kempf, Fábio Martino, Antti Sirala, Igor Ardasev, Emma Schmidt, Alfredo
Perl e Ricardo Castro.
Os violinistas: Cláudio Cruz e
Emmanuele Baldini (os dois spallas da Osesp), Boris Brovtsyn e
Kuba Jakowicz. A orquestra também trará os violoncelistas Claudio Bohórquez, Jean-Guihen
Queyras e Quirine Viersen, e ainda o oboísta Victor Aviat.
O repertório foi selecionado segundo os mesmos critérios que
orientam a Osesp desde sua reformulação, em 1997. Há peças bastante conhecidas do público, como o "Prélude pour l"Après-Midi
d"un Faune", de Debussy, o "Concerto nš 3", para piano, de Beethoven, a "Sinfonia nš 4", de Mendelssohn ou a "Sinfonia em Ré",
de César Frank.
Num segundo grupo de escolha,
Neschling seleciona obras pouquíssimo conhecidas, que ampliam o conhecimento do público
e dos próprios músicos. São o caso de Erwin Schulhoff, Mieczyslaw Karlowicz e Alfredo Casella.
Há ainda as obras sinfônicas
com grande orquestração e escrita sutil, que em geral desencorajam as orquestras brasileiras sem
grandes ambições técnicas. Estão,
no caso, duas sinfonias de Mahler,
uma de Bruckner (a "Oitava") e,
sobretudo, três sinfonias de Dmitri Chostakovich, de quem a
Osesp vem se tornando uma especialista e cujo centenário de
nascimento é lembrado em 2006.
Por fim, será também um ano
com óperas em versão de concerto. Em abril, o primeiro ato de "A
Valquíria", de Wagner. Em setembro, "Il Tabarro" e "Gianni
Schicchi", de Puccini, inéditas no
Municipal há mais de 15 anos.
Texto Anterior: Literatura: Obra de Niemeyer ganha acervo digital Próximo Texto: Evento: Sessão Cineclube exibe clássico de Alain Resnais Índice
|