AMIR LABAKI
Em São Paulo

Estrelas continuarão bem-vindas e diretores consagrados devem disputar a Palma de Ouro, mas serão os produtores os grandes homenageados do 51º Festival Internacional de Cinema de Cannes, entre 13 e 24 de maio. A capital do mercado cinematográfico mundial finalmente desvia seus holofotes para quem viabiliza financeira e logisticamente a mini-operação de guerra chamada filme.
Grandes produtores irão à Riviera Francesa apresentar suas obras na principal retrospectiva do ano. Entre outros, está prevista a participação do americano Roger Corman, do francês Claude Berri, do chinês Hsu Feng e do britânico Tim Bevan.
Outra novidade de Cannes-98 será a concessão de três prêmios a cineastas iniciantes que ainda não estrearam no longa-metragem. É o Cinefoundation, uma nova categoria que vai premiar jovens realizadores de curtas e médias ficcionais e de animação. Um júri presidido por Jean-Pierre Jeunet ("Delicatessen") vai escolher os vencedores a partir de uma seleção de trabalhos de 30 escolas do mundo todo. O longa de estréia de cada premiado será lançado nas próximas edições do festival.
Cinefoundation, é bom esclarecer, não elimina a disputa específica de curtas-metragens. A Palma de Ouro para curtas será entregue na cerimônia de encerramento, enquanto o novo prêmio terá seus vencedores anunciados num jantar de gala em 22 de maio.
A versão para telas do best seller "Cores Primárias", com John Travolta e Emma Thompson vivendo o casal Clinton, fará a abertura do festival. Qualidades à parte do filme dirigido por Mike Nichols, trata-se de um batismo algo decepcionante. "Cores Primárias" estreou há um mês nos EUA, rendendo farta cobertura jornalística mesmo para além das fronteiras americanas. Será um começo morno. De Cannes sempre se espera mais.



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