São Paulo, quarta-feira, 16 de maio de 2007

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Quatro curtas nacionais disputam prêmios no festival

PEDRO BUTCHER
CRÍTICO DA FOLHA

Se a participação de longas-metragens brasileiros no Festival de Cannes nos últimos anos tem sido inconstante, o mesmo não se pode dizer dos curtas.
Desde 2002, quando "Um Sol Alaranjado", de Eduardo Valente, ganhou o prêmio da Cinéfondation (seção competitiva dedicada a filmes de escolas de cinema), os curtas nacionais têm batido ponto anualmente no maior festival do mundo.
Em 2007, os curtas brasileiros se destacam novamente. Quatro pequenos filmes se espalham pelas seções do evento. Na seleção oficial, "The Last 15", de Antonio Campos, participa da disputa pela Palma de Ouro, enquanto "Saba", de Gregório Graziozi e Thereza Menezes, participa da Cinéfondation. Na Semana da Crítica, serão exibidos "Um Ramo", de Juliana Rojas e Marco Dutra, e "Saliva", de Esmir Filho.
Ainda há os episódios de Walter Salles para o longa comemorativo "Chacun Son Cinéma" (a cada um seu cinema) e o de Vicente Ferraz para o filme-coletivo "O Estado do Mundo" (leia à esquerda).
Dos curta-metragistas selecionados, apenas Gregório Graziozi e Thereza Menezes, alunos do curso de cinema da Faap, estréiam no festival. Todos os outros já estiveram com filmes em Cannes em outras edições. Em 2005, Antonio Campos levou o prêmio da Cinéfondation por "Buy It Now" (compre agora), e, no mesmo ano, Juliana Rojas e Marco Dutra entraram na seção com seu trabalho de conclusão de curso da ECA-USP, "O Lençol Branco". Esmir Filho acaba de se tornar o primeiro curta-metragista selecionado duas vezes consecutivas para a Semana da Crítica: no ano passado, ele exibiu na mesma seção "Alguma Coisa Assim", prêmio de melhor roteiro.
Campos, 23, que mora em Nova York, afirma que o prêmio de Cannes para "Buy It Now" abriu portas para a realização do novo curta. "Para fazer "The Last 15", ainda tive de levantar dinheiro com minha família, mas foi mais fácil convencer o elenco e equipe a trabalhar por praticamente nada."
Rojas, 26, e Dutra, 27, têm lembranças vivas da primeira participação em Cannes, na Cinéfondation, em que os curta-metragistas ganham um tratamento especial. "É impressionante chegar lá e ter uma limusine que te leva para os lugares, passar pelo tapete vermelho, assistir à sessão oficial com a sala lotada. Ao mesmo tempo, foi a primeira vez que tive contato com o cinema como um grande mercado", conta Rojas.
Esmir Filho, diretor de "Saliva", recebeu uma mensagem dos curadores da Semana da Crítica parabenizando-o pela participação por dois anos consecutivos. "O curta é isso, a possibilidade do exercício, do amadurecimento", diz o cineasta.


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