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Quatro curtas nacionais disputam prêmios no festival
PEDRO BUTCHER
CRÍTICO DA FOLHA
Se a participação de longas-metragens brasileiros no Festival de Cannes nos últimos anos
tem sido inconstante, o mesmo
não se pode dizer dos curtas.
Desde 2002, quando "Um Sol
Alaranjado", de Eduardo Valente, ganhou o prêmio da Cinéfondation (seção competitiva dedicada a filmes de escolas
de cinema), os curtas nacionais
têm batido ponto anualmente
no maior festival do mundo.
Em 2007, os curtas brasileiros se destacam novamente.
Quatro pequenos filmes se espalham pelas seções do evento.
Na seleção oficial, "The Last
15", de Antonio Campos, participa da disputa pela Palma de
Ouro, enquanto "Saba", de Gregório Graziozi e Thereza Menezes, participa da Cinéfondation. Na Semana da Crítica, serão exibidos "Um Ramo", de
Juliana Rojas e Marco Dutra, e
"Saliva", de Esmir Filho.
Ainda há os episódios de
Walter Salles para o longa comemorativo "Chacun Son Cinéma" (a cada um seu cinema)
e o de Vicente Ferraz para o filme-coletivo "O Estado do
Mundo" (leia à esquerda).
Dos curta-metragistas selecionados, apenas Gregório Graziozi e Thereza Menezes, alunos do curso de cinema da
Faap, estréiam no festival. Todos os outros já estiveram com
filmes em Cannes em outras
edições. Em 2005, Antonio
Campos levou o prêmio da Cinéfondation por "Buy It Now"
(compre agora), e, no mesmo
ano, Juliana Rojas e Marco Dutra entraram na seção com seu
trabalho de conclusão de curso
da ECA-USP, "O Lençol Branco". Esmir Filho acaba de se
tornar o primeiro curta-metragista selecionado duas vezes
consecutivas para a Semana da
Crítica: no ano passado, ele exibiu na mesma seção "Alguma
Coisa Assim", prêmio de melhor roteiro.
Campos, 23, que mora em
Nova York, afirma que o prêmio de Cannes para "Buy It
Now" abriu portas para a realização do novo curta. "Para fazer "The Last 15", ainda tive de
levantar dinheiro com minha
família, mas foi mais fácil convencer o elenco e equipe a trabalhar por praticamente nada."
Rojas, 26, e Dutra, 27, têm
lembranças vivas da primeira
participação em Cannes, na Cinéfondation, em que os curta-metragistas ganham um tratamento especial. "É impressionante chegar lá e ter uma limusine que te leva para os lugares,
passar pelo tapete vermelho,
assistir à sessão oficial com a
sala lotada. Ao mesmo tempo,
foi a primeira vez que tive contato com o cinema como um
grande mercado", conta Rojas.
Esmir Filho, diretor de "Saliva", recebeu uma mensagem
dos curadores da Semana da
Crítica parabenizando-o pela
participação por dois anos consecutivos. "O curta é isso, a possibilidade do exercício, do amadurecimento", diz o cineasta.
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