São Paulo, segunda-feira, 16 de maio de 2011

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CRÍTICA DRAMA

"Michael" foi concebido para provocar ódio no espectador

PEDRO BUTCHER
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM CANNES

Cannes ganhou sua dose de escândalo no sábado com "Michael", de Markus Shleinzer -primeiro filme a mobilizar a plateia, dividida entre aplausos e vaias.
Depois de dez anos como diretor de elenco, Shleinzer estreia revelando-se discípulo de Michael Haneke, com quem fez "A Fita Branca".
"Michael" é inspirado no austríaco Josef Fritzl, que por 24 anos manteve a filha presa no porão. Com estilo semelhante ao de Haneke, ele narra o cotidiano de um homem que encarcera e abusa de um menino de dez anos.
Shleinzer filma corretamente. Ainda um competente diretor de elenco, escala atores de primeira, com destaque para David Rauchenberger, como o menino.
Mas a excelência cinematográfica não dissimula uma perversidade intrínseca ao filme. A escolha do tema parece ter sido feita para despertar ódio profundo.
Não há vestígio de calor humano nos personagens e a câmera é austera.
As escolhas de Shleinzer parecem rechaçar a manipulação das emoções, mas dissimulam outra manipulação -evidente no uso da ironia e na escolha da única música tocada em cena.

MICHAEL

AVALIAÇÃO regular


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