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COLEÇÃO FOLHA
Compositor italiano de "O Barbeiro de Sevilha" escreveu suas obras mais importantes dos 18 aos 37 anos
Volume recupera estilo elegante de Rossini
IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Na semana que vem, a Coleção
Folha de Música Clássica entra no
terreno da ópera pelas mãos de
um especialista. Evelino Pido rege
a Royal Philharmonic Orchestra
em um volume inteiramente dedicado a aberturas de Gioachino
Rossini (1792-1868).
O estilo vocal elegante e floreado das óperas de Rossini é conhecido como "bel canto" e constitui
o cerne do repertório do maestro
Evelino Pido.
Em sua discografia, Pido traz álbuns com algumas das melhores
vozes da geração atual, como as
sopranos Ângela Gheorghiu e Natalie Dessay e os tenores Roberto
Alagna e Rolando Villazon.
Precoce
Filho de músicos e nascido em
Pesaro, o italiano Rossini começou a carreira de compositor de
óperas aos 18 anos de idade. Ele
era aclamado no teatro Scala de
Milão aos 20 anos, seguindo-se,
então, um retumbante sucesso internacional.
"Depois da morte de Napoleão,
surgiu um outro homem do qual
se fala todos os dias em Moscou e
em Nápoles, em Londres e em
Viena, em Paris e em Calcutá",
festeja Stendhal, no prefácio de
seu livro "Vida de Rossini". "A
glória desse homem conhece apenas os limites da civilização, e ele
não tem 32 anos!", completa o escritor francês.
Rossini compôs as 40 óperas sobre as quais repousa sua reputação internacional até os 37 anos.
Desfrutando do dinheiro ganho
com as criações de juventude, o
compositor passou os 13 anos finais de sua vida em Paris, com um
estilo de vida epicurista que incluía reuniões sociais, frases espirituosas, algumas composições
-por ele apelidadas de "Pecados
da Velhice"- e a paixão pela gastronomia.
Sobre esta última, há até um fato
curioso: atribui-se a ele a invenção do medalhão de filé com patê
de foie gras conhecido como
Tournedos Rossini. Reza a lenda
que o compositor estava preparando a receita desse prato no Café Anglais, em Paris.
Notando a irritação do chefe de
cozinha do restaurante com a sua
interferência nos assuntos culinários, Rossini teria dito a ele:
"Tournez les dos" (vire as costas),
e esta seria a origem do nome dessa iguaria.
Dado o sucesso de determinadas aberturas suas, o compositor
não tinha escrúpulos em utilizá-las em mais de uma ópera. Assim
é que a abertura de "Aureliano in
Palmira" foi também empregada
em "Elisabetta, Regina d'Inghilterra", até aparecer novamente na
mais aclamada criação rossiniana: "O Barbeiro de Sevilha".
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