São Paulo, domingo, 16 de outubro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

COLEÇÃO FOLHA

Compositor italiano de "O Barbeiro de Sevilha" escreveu suas obras mais importantes dos 18 aos 37 anos

Volume recupera estilo elegante de Rossini

IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Na semana que vem, a Coleção Folha de Música Clássica entra no terreno da ópera pelas mãos de um especialista. Evelino Pido rege a Royal Philharmonic Orchestra em um volume inteiramente dedicado a aberturas de Gioachino Rossini (1792-1868).
O estilo vocal elegante e floreado das óperas de Rossini é conhecido como "bel canto" e constitui o cerne do repertório do maestro Evelino Pido.
Em sua discografia, Pido traz álbuns com algumas das melhores vozes da geração atual, como as sopranos Ângela Gheorghiu e Natalie Dessay e os tenores Roberto Alagna e Rolando Villazon.

Precoce
Filho de músicos e nascido em Pesaro, o italiano Rossini começou a carreira de compositor de óperas aos 18 anos de idade. Ele era aclamado no teatro Scala de Milão aos 20 anos, seguindo-se, então, um retumbante sucesso internacional.
"Depois da morte de Napoleão, surgiu um outro homem do qual se fala todos os dias em Moscou e em Nápoles, em Londres e em Viena, em Paris e em Calcutá", festeja Stendhal, no prefácio de seu livro "Vida de Rossini". "A glória desse homem conhece apenas os limites da civilização, e ele não tem 32 anos!", completa o escritor francês.
Rossini compôs as 40 óperas sobre as quais repousa sua reputação internacional até os 37 anos. Desfrutando do dinheiro ganho com as criações de juventude, o compositor passou os 13 anos finais de sua vida em Paris, com um estilo de vida epicurista que incluía reuniões sociais, frases espirituosas, algumas composições -por ele apelidadas de "Pecados da Velhice"- e a paixão pela gastronomia.
Sobre esta última, há até um fato curioso: atribui-se a ele a invenção do medalhão de filé com patê de foie gras conhecido como Tournedos Rossini. Reza a lenda que o compositor estava preparando a receita desse prato no Café Anglais, em Paris.
Notando a irritação do chefe de cozinha do restaurante com a sua interferência nos assuntos culinários, Rossini teria dito a ele: "Tournez les dos" (vire as costas), e esta seria a origem do nome dessa iguaria.
Dado o sucesso de determinadas aberturas suas, o compositor não tinha escrúpulos em utilizá-las em mais de uma ópera. Assim é que a abertura de "Aureliano in Palmira" foi também empregada em "Elisabetta, Regina d'Inghilterra", até aparecer novamente na mais aclamada criação rossiniana: "O Barbeiro de Sevilha".


Texto Anterior: Música: Filho acha disco inédito do auge de Simonal
Próximo Texto: DVDs - "Batman"/"Batman Begins": Burton e Nolan retomam o homem-morcego de Kane
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.