São Paulo, sexta, 16 de outubro de 1998

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Martine Sitbon não surpreende

da enviada a Paris

Sem grandes revoluções, Martine Sitbon fez Sitbon e Ann Demeulemeester fez Demeulemeester. As duas lançadoras de tendências realizaram desfiles igualmente concorridos, onde se praticam seus estilos pessoais e atitude é tudo. Cool é a palavra; rock é a outra.
A belga Ann Demeulemeester remixou sua eterna inspiração na cantora Patti Smith para as modelos de sobrancelha grossa e cabelos presos por linhas invisíveis no pescoço, presos nas camisas.
Só que as pattis da estilista ganham viés naturalista, onde branco e cru, algodão e linho se alternam e se completam, amassados ou não. As formas são embrulhadas, drapeadas e sobrepostas; a silhueta é tão solta que é até largada.
Shalom Harlow tira o fôlego com um vestido de alcinhas em tule preto sob fino algodão.
Martine Sitbon brincou com geometria nas estampas e no silk sobre jérsei com jaquetas de couro lilás sobre calças de casimira. Sem maiores surpresas. O estilo relava num futurismo cool, com cabelos penteados sobre o rosto, lisos, neste que já pode ser chamado de "o ano em que fizemos escova".
Gisele abre o segmento vermelho em regata fechada com silicone; a ruiva Sunniva levantava o pescoço na gola alta de sua blusa de camurça; Erin era a mais geométrica, com cinto grosso e vestido de manga comprida justo ao corpo.
Ainda dentro do segmento moderno, a também belga Veronique Branquinho atraiu a atenção dos fashionistas, mas não mostrou grande coisa numa coleção cinza e preta onde governantas vitorianas de camisas brancas de babado pareciam adolescentes problemáticas e sonâmbulas, de tanta atitude. (EP)



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