São Paulo, sexta, 16 de outubro de 1998

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Watanabe expõe sua vanguarda

da enviada a Paris

A vanguarda bate o ponto no desfile de Junya Watanabe, realizado na última terça-feira em Paris, no terceiro andar de um galpão depois da Gare d'Austerlitz.
Extensão da linha Comme des Garçons, o estilista cria propostas para o Terceiro Milênio, numa metáfora da roupa como expressão pessoal, com mulheres de bocas tapadas por látex e cabelos presos, costurados por fios brancos.
Longas hastes de metal prateado sustentam golas e drapeados em imaculado branco, criando hexágonos e outras formas irregulares, aparecendo também nos barrados das saias e servindo de alças.
O corpo aqui é o mais importante, como nos vestidos como se fossem engomados, que criam falsos relevos para ombros, costas e bustos, leves deformações.
Mas essas seriam apenas algumas idéias para a coleção. Com sapato colegial preto e meia branca, camisas brancas com partes de baixo azul-marinho em saias plissadas ou com aplicações em casinhas de abelha pelo joelho e camisas de gola redonda, ganham pureza colegial.
Watanabe trabalha com signos já conhecidos da moda fora de seu contexto, como nos vestidos em tecido tipo toalha de piquenique azul claro e rosa. Da mesma forma funcionam os vestidos em amplos exercícios formais (drapeados, puxados, amarrados) com tecidos listrados da camisaria masculina.
Ao final, agora sim, os looks totalmente pretos, símbolo oficial da modernidade fashion, ainda que outras cores escolhidas na coleção, também em total look, tenham sido vinho, vermelho e amarelo. (EP)



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