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RESTAURANTE CRÍTICA
Brasil e Itália dão as mãos no Empório Ravioli
JOSIMAR MELO
especial para a Folha
O nome, é claro, parece uma predestinação. Que o arquiteto Roberto Ravioli deveria se transformar em restaurateur estava na cara. Ou na carteira de identidade.
Cem por cento das pessoas que
não o conhecem estão certas de
que o Empório Ravioli tem este
nome como uma ingênua homenagem à cozinha italiana. E pasmam ao saber que se trata de um
nome próprio. Mas é assim.
Ravioli, ainda nos tempos de
maior dedicação à arquitetura
(que ainda hoje ele exerce), já se
via inclinado à gastronomia -vide a Pizza Bros., animada pizzaria
jovem, da qual, em família, ele foi
sócio criador.
Ele também esteve, mais tarde,
na origem da pizzaria Mastroianni
(por briga com os sócios, hoje, sem
ele, a casa se chama Marcello'z).
Passou por outras empreitadas na
área, de bufê de festas a "catering"
de corridas de Fórmula 1.
Mas talvez sua mais interessante
criação tenha sido o Empório Ravioli, que começou num espaço
acanhado e simpático, mas teve vida curta -fechou dois anos atrás
por problemas com a vizinhança.
Isso foi antes da Mastroianni. A
idéia, no entanto, ficou encubada
por este tempo, e renasceu mais
forte agora.
O novo Empório Ravioli tem os
mesmos méritos do anterior e várias vantagens. O maior mérito está nesta espécie de casamento entre o espírito brasileiro (muito pela
herança portuguesa) do botequim,
e a exuberância lúdico-gastronômica da cantina do sul da Itália.
Esta sua nova versão é espaçosa,
decorada com despojamento pelo
próprio Ravioli (evocando um botequim interminável e pudicamente aberto para a rua por meio
de um terraço discreto), e traduz à
mesa o referido casamento de intenções. Toma-se caipirinha, chope (escuro, inclusive) e bebe-se vinho; come-se sanduíche de pernil
e de bife à milanesa e pede-se uma
massa leve ou mais robusta.
Roberto Ravioli e o chef José Nilson de Oliveira fazem clássicos como o fígado à veneziana (acebolado, com polenta, hoje praticamente relegado, justamente, aos cardápios de botequim), lasanha ou filé
à parmigiana; mas também, ao
longo das sugestões do dia, espaguete com abobrinha, camarão,
mascarpone e açafrão; ravióli (a
massa) de pato e gengibre com
molho de radicchio e cassis; ou um
ossobuco com polenta.
Com essas e outras, Brasil e Itália
vão dando as mãos.
²
Cotação: bom / $$
Onde: r. Fidêncio Ramos, 18 (Vila Olímpia,
zona sul), tel. 866-2908
Quando: domingo a quinta, 12h/0h; sexta e
sábado: 12h/1h
Cozinha: sanduíches de boteco, saladas e
pratos italianos de cantina
Ambiente: decorado como um bonito
empório antigo, com uma varanda lateral
Serviço: correto
Estacionamento (pago) com manobrista
Cartão: A., S. e V.
Quanto: couvert, R$ 1,95; entradas e
saladas, R$ 4,90 a R$ 11,80; massas, R$ 7,10 a
R$ 14,90; carnes e aves, R$ 12,80 a R$ 14,90;
sobremesas, R$ 3,10 a R$ 5,90
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