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Crítica
Ficção científica de Spielberg apenas diverte
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Há um certo exagero em dizer que o filme "Guerra dos
Mundos" (Telecine Pipoca,
22h) não vale nada e que boa
mesmo é a versão de 1953, devido a Byron Haskin, e, sobretudo, aos efeitos especiais (não
por acaso, George Pal, especialista no ramo, é creditado como
produtor).
Entretanto, o filme de Haskin sofre de modéstia e de imobilidade -sempre que não há
efeitos em questão. O de Spielberg, nem tanto. Mas isso não
chega a ser a solução do problema: passou-se mais ou menos
meio século, mas os efeitos
continuam a ser a essência desta ficção.
Tom Cruise, como salvador
da espécie em face da invasão
alienígena, nos leva pelo menos
50 anos para trás -e, nessa medida, o filme não se agüenta
mesmo. Se é para passar duas
horas sem compromisso, serve.
Mas, se esperamos da obra de
H.G. Wells uma obra-prima,
talvez ela esteja lá mesmo, no
programa de rádio com que Orson Welles levou os EUA ao pânico, no fim dos anos 30.
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