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São Paulo, terça-feira, 16 de dezembro de 2003

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ERUDITO

Com novo diretor musical, o maestro Isaac Karabtchevsky, orquestra executará obras de Villa-Lobos, Mozart e Mahler

Petrobras Pró-Música anuncia programação 2004

JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Orquestra Sinfônica Petrobras Pró-Música, hoje a mais reputada tecnicamente do Rio, anunciou ontem sua programação para 2004 com seu novo diretor musical, o maestro Isaac Karabtchevsky, 68.
Serão dois ciclos. No primeiro semestre, concertos que terão na primeira parte uma das "Bachianas" de Villa-Lobos (1887-1959) e uma sinfonia de Tchaikovski (1840-93). No segundo semestre, cada programa reunirá uma peça de Wolfgang Amadeus Mozart (1759-91) e uma das sinfonias de Gustav Mahler (1860-1911).
Karabtchevsky, paulista e diretor do Teatro Municipal de São Paulo entre 1993 e 1998, volta a ter contato direto com o público carioca, que o conhece pelos 26 anos em que regeu a OSB (Orquestra Sinfônica Brasileira).
Ele acumulará sua nova função com dois outros compromissos permanentes. Desde janeiro último, é regente titular da Ospa (Orquestra Sinfônica de Porto Alegre). Na França, Karabtchevsky é o principal regente convidado e será a partir de setembro próximo o diretor musical da Orquestra do País do Loire, responsável pela programação lírica e de concertos nas cidades de Nantes e Angers.
As três direções que Karabtchevsky passa a acumular contrastam com seu plano há três anos de apenas aceitar convites para atuar como regente convidado. Naquele momento ele completava 36 anos como diretor musical. Um de seus postos de maior prestígio foi no La Fenice, a ópera de Veneza, entre 1995 e 2001.
A Orquestra Petrobras Pró-Música encerra agora o período sob a direção de Roberto Tibiriçá. Com ele, a orquestra deu um salto qualitativo por meio de temporadas com um número reduzido de concertos, o que permitia ensaios exaustivos do programa.
Karabtchevsky compara a longa passagem pela OSB e o modo pela qual concebe seu trabalho na Pró-Música. No primeiro caso praticava um repertório capaz de atrair um público cada vez mais numeroso, já que tentou-se evitar que a orquestra, em crise financeira, entrasse em colapso. Agora sente a segurança de ter a vida material do conjunto garantida por patrocínio. Ou seja, pode ser mais ousado.
"É algo que aprendi como regente ao trabalhar por muitos anos em Viena", diz. Compositores como Webern, Berg, Ligeti ou Charles Yves, pouquíssimo apresentados por orquestras cariocas, "precisam passar a frequentar o repertório". Karabtchevsky regerá seu primeiro concerto com a Pró-Música em 11 de abril.


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