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ERUDITO
Com novo diretor musical, o maestro Isaac Karabtchevsky, orquestra executará obras de Villa-Lobos, Mozart e Mahler
Petrobras Pró-Música anuncia programação 2004
JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Orquestra Sinfônica Petrobras Pró-Música, hoje a mais reputada tecnicamente do Rio,
anunciou ontem sua programação para 2004 com seu novo diretor musical, o maestro Isaac Karabtchevsky, 68.
Serão dois ciclos. No primeiro
semestre, concertos que terão na
primeira parte uma das "Bachianas" de Villa-Lobos (1887-1959) e
uma sinfonia de Tchaikovski
(1840-93). No segundo semestre,
cada programa reunirá uma peça
de Wolfgang Amadeus Mozart
(1759-91) e uma das sinfonias de
Gustav Mahler (1860-1911).
Karabtchevsky, paulista e diretor do Teatro Municipal de São
Paulo entre 1993 e 1998, volta a ter
contato direto com o público carioca, que o conhece pelos 26 anos
em que regeu a OSB (Orquestra
Sinfônica Brasileira).
Ele acumulará sua nova função
com dois outros compromissos
permanentes. Desde janeiro último, é regente titular da Ospa (Orquestra Sinfônica de Porto Alegre). Na França, Karabtchevsky é
o principal regente convidado e
será a partir de setembro próximo
o diretor musical da Orquestra do
País do Loire, responsável pela
programação lírica e de concertos
nas cidades de Nantes e Angers.
As três direções que Karabtchevsky passa a acumular contrastam com seu plano há três
anos de apenas aceitar convites
para atuar como regente convidado. Naquele momento ele completava 36 anos como diretor musical. Um de seus postos de maior
prestígio foi no La Fenice, a ópera
de Veneza, entre 1995 e 2001.
A Orquestra Petrobras Pró-Música encerra agora o período sob a
direção de Roberto Tibiriçá. Com
ele, a orquestra deu um salto qualitativo por meio de temporadas
com um número reduzido de
concertos, o que permitia ensaios
exaustivos do programa.
Karabtchevsky compara a longa
passagem pela OSB e o modo pela
qual concebe seu trabalho na Pró-Música. No primeiro caso praticava um repertório capaz de
atrair um público cada vez mais
numeroso, já que tentou-se evitar
que a orquestra, em crise financeira, entrasse em colapso. Agora
sente a segurança de ter a vida
material do conjunto garantida
por patrocínio. Ou seja, pode ser
mais ousado.
"É algo que aprendi como regente ao trabalhar por muitos
anos em Viena", diz. Compositores como Webern, Berg, Ligeti ou
Charles Yves, pouquíssimo apresentados por orquestras cariocas,
"precisam passar a frequentar o
repertório". Karabtchevsky regerá seu primeiro concerto com a
Pró-Música em 11 de abril.
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