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CINEMA
Especial capta transgressão de Eastwood
BRUNO GHETTI
DA REDAÇÃO
"Não deve haver ninguém mais
americano que ele", disse certa
vez o escritor Norman Mailer a
respeito de Clint Eastwood, ator
que é o foco do "Actors Studio".
Generalizações a parte, a observação do autor de "Os Nus e os
Mortos" até faz sentido, desde
que lembremos que há americanos e americanos. Eastwood representa, sim, um certo americano: o de poucas palavras, durão,
que não se abate pelas adversidades; também o transgressor, que
age sob sua própria moral, que
acredita, valoriza e investe em
seus ideais e obsessões.
Pode conferir isso quem assistir
a seus filmes -obras às quais
sempre imprime sua personalidade (o que os franceses costumam
chamar de "autoria"). Ou assistindo ao programa de hoje, em
que o diretor de "Sobre Meninos e
Lobos" fala de sua vida e carreira.
E também de sua passagem pela
política, da paixão pelo jazz, da
admiração por James Cagney.
De origem pobre, Eastwood
passou por diversas profissões até
parar na Universal, nos anos 50,
fazendo pontas em filmes e séries
de TV. A carreira ia mal quando
recebeu um convite inusitado: fazer um faroeste de produção alemã, filmado na Espanha, dirigido
pelo italiano Sergio Leone. Era
"Por um Punhado de Dólares"
(64), primeiro sucesso de sua carreira. A seguir, viriam outros western-spaghetti, como "Três Homens em Conflito" (66), e êxitos
como "A Marca da Forca" (68).
Nos anos 70, Eastwood passou
para trás das câmeras, iniciando
uma carreira sólida de cineasta.
Foi também nessa época que deu
vida ao tira Dirty Harry, seu personagem mais popular.
Na entrevista de hoje, James
Lipton continua o entrevistador
bajulador que nem sempre faz as
perguntas mais interessantes,
mas consegue deixar Eastwood à
vontade e bem-humorado. Resultado: uma entrevista leve e informativa, com um importante nome do cinema.
CLINT EASTWOOD NO ACTORS
STUDIO. Quando: hoje, às 21h45, no
Multishow.
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