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ÚLTIMA MODA
Osklen na crista da onda
O skar Metsavaht não gosta de
ser chamado de dono da Osklen. "Dono é quem compra,
eu crio", diz ele, mostrando no
laptop as referências de sua última
coleção, inspirada no Rio de Janeiro e no estilo tropical: o mar, as "sereias" do Arpoador, o abacaxi...
A Osklen é a grife do momento no
Brasil. Os jovens adoram. Os mais
velhos não querem ficar para trás.
Nos anos 90, quando foi criada no
Rio, era apenas uma marca esportiva -e vem daí sua fama de surfwear e beachwear (roupa de surfe e
de praia), definições que também
deixam Metsavaht irritado. "Não
faço roupa para ginástica nem para
trabalhar. Minha roupa é para um
momento de relax, de contemplação", ele define.
A alquimia da Osklen consiste em
reunir o global e o exótico, o esportivo e o chique, o nostálgico e o supermoderno. Criações mais sofisticadas ganham o selo Royal Label,
mas seguem o mesmo conceito da
linha esportiva. "É uma roupa que
serve tanto para o passeio na praia
quanto para o restaurante da moda.
É uma nova elegância, livre dos exageros da ostentação", diz.
Metsavaht é um homem rico. Mas
a fortuna familiar parece não entrar
nos cálculos do estilista. "Só saí do
vermelho há um ano atrás", conta.
Na última semana, a grife abriu sua
terceira filial em São Paulo -na
Daslu. Completou, assim, 32 lojas
no Brasil. Embora seja às vezes associada ao estilo carioca, a Osklen
bate recordes em SP: a loja do shopping Iguatemi é a que mais vende.
Em fevereiro do próximo ano, a
grife abre a filial de 140 m2 em Genebra (Suíça). Em março, a de Paris.
Já existem duas lojas Osklen em
Portugal e outra em Saint-Tropez.
O estilista é dono também da New
Order, uma loja de acessórios
com approach mais comercial.
No ano que vem, Metsavaht deve co-assinar com Narciso Rodriguez, um dos darlings da moda americana, uma linha de roupas masculinas. A sua coleção de
alto verão, que chega às lojas em
janeiro, tem raízes na Amazônia. A da próxima temporada
outono-inverno foi inspirada na
Índia e na Caxemira, para onde ele
fará uma expedição.
Filho de estonianos e italianos, o
gaúcho Oskar Fossati Metsavaht,
44, é médico. Fez especialização em
traumatologia do esporte em Paris.
É fã de esportes radicais: faz surfe e
alpinismo. Entre suas conquistas
está o fato de ter sido, ao lado de
Bruno Menescal, o primeiro brasileiro a chegar ao topo do Mont
Blanc, o pico mais alto da Europa.
Na moda, sua escalada promete
ser ainda mais promissora.
CARLOS VERGARA
"Moda aqui é um vestir divertido"
O artista plástico Carlos Vergara, 64, um dos mais importantes
do país, fará o cenário dos desfiles
da Redley na Fashion Rio (de 9 a
14 de janeiro). É a sua primeira cenografia para as passarelas, mas
não a primeira incursão na moda.
Há 30 anos, ele fez a logomarca da
Maria Bonita e projetou a loja da
grife no Barrashoping.
Além dele, outros artistas participam dos desfiles no Rio, como
as cantoras Maria Rita (para a Acqua Studio) e Virginia Rodrigues
(para a estilista Marcia Ganem).
As Carmelitas convidaram uma
orquestra sinfônica para tocar durante seu desfile.
Folha - Como será o seu cenário
para a Redley?
Carlos Vergara - É um cenário
simples, mas engraçado. É uma
ilha no meio da passarela. Vou
usar elementos de meu alfabeto
artístico, inclusive as cores que
são da minha palheta. Aceitei para me renovar e para me divertir.
Folha - Qual a sua impressão sobre a moda brasileira?
Vergara - Tenho visto coisas
muito interessantes. Houve um
grande desenvolvimento, sobretudo no trabalho dos designers.
Depois dos parangolés de Hélio
Oiticica -que na verdade eram
roupas-, penso que se desenvolveu uma tradição brasileira de um
vestir divertido. Usamos as roupas não apenas para cumprir um
papel formal na sociedade, mas
também como uma diversão.
Folha - Isso seria uma particularidade da moda brasileira?
Vergara - Embora a moda siga
movimentos globais, acho que o
Brasil tem esse aspecto interessante. Estilistas com Alexandre
Herchcovitch e Fause Haten têm
um descompromisso com a sobriedade que é muito legal.
Folha - A moda é arte?
Vergara - É uma arte aplicada,
que produz cultura, mas não produz pensamento. Com isso, não
quero diminuir a importância da
moda. Mas acho pretensioso que
ela ou o artesanato de jóias pretenda ser arte. Pelo simples fato de
estabelecer ciclos de verão e de inverno, a moda já se coloca como
arte aplicada. Se
fosse arte, ela não
seria de verão ou
inverno -seria
de sempre.
MELISSA BY LOVEFOXXX
Lovefoxxx, vocalista do Cansei de Ser Sexy e musa do mundinho alternativo paulistano,
assina a nova fachada da Galeria
Melissa, em janeiro.
EMILIA'S SECRET
A produção é de época,
mas são novinhas em folha as
lingeries usadas por Malu
Mader, Deborah Evelyn, Guilhermina Guinle e Deborah
Bloch na minissérie global
"JK", sobre a vida do presidente Juscelino Kubitschek.
A figurinista Emilia Duncan
encomendou à grife de underwear Verve dezenas de
peças com look vintage, estilo anos 50. A marca é carioca
e abriu uma loja na alameda
Lorena, em São Paulo, na semana passada. Resta saber se
haverá cenas picantes suficientes para exibir tantas calcinhas e sutiãs.
ALCINO LEITE, com Viviane Whiteman - ultima.moda@folha.com.br
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