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Bovespa cancela patrocínio a mostra de filmes da Prefeitura de São Paulo
DA REPORTAGEM LOCAL
Um desentendimento sobre a
programação da mostra "Cinema
no Parque", que a Secretaria do
Verde e Meio Ambiente inaugura
na quinta, nas comemorações dos
450 anos de São Paulo, determinou o cancelamento do patrocínio ao evento pela Bovespa (Bolsa
de Valores de São Paulo).
A mostra de filmes, prevista para ir até maio, em nove parques da
cidade, receberia patrocínio de R$
90 mil. A curadoria é da produtora Paloma Rocha, filha do cineasta Glauber Rocha (1939-81).
Segundo a assessoria da fundação Tempo Glauber, que divulgava a mostra, a Bovespa teria solicitado a retirada dos títulos "Deus e
o Diabo na Terra do Sol" (1964),
de Glauber Rocha, e "O Bandido
da Luz Vermelha" (1968), de Rogério Sganzerla (1946-2004), por
considerá-los violentos, e sugerido a substituição por "Domésticas" (2001), de Fernando Meirelles e Nando Olival, e "Avassaladoras" (2002), de Mara Mourão.
A secretaria teria discordado.
Luís Abdal, assessor de marketing e comunicação da Bovespa,
diz que a Bolsa foi procurada há
sete meses, com o pedido de patrocínio, e concordou com a programação sugerida, na qual estavam "Deus e o Diabo..." e "Terra
em Transe" (1967), de Glauber.
"O projeto era entregar à população filmes clássicos do cinema
nacional e produções novas. Por
ser exibição em local público, onde circulam crianças e adolescentes, eles mesmos acharam melhor
não colocar nenhum filme que fizesse alusão à violência", diz.
De acordo com o assessor, a Bovespa recebeu uma segunda programação "já às portas do lançamento do projeto, em que haviam
sido incluídos "O Bandido da Luz
Vermelha" e "Madame Satã" [2002,
Karim Aïnouz]". A Bovespa avaliou que os filmes não eram adequados "aos critérios que eles
mesmos haviam definido" e pediu o retorno à programação anterior, mas não houve acordo.
O secretário do Verde e Meio
Ambiente, Adriano Diogo, disse
que não comentaria o assunto.
Sua assessoria confirma o cancelamento do patrocínio pela Bovespa e diz que busca novo parceiro. Segundo a secretaria, estão
confirmados no projeto os filmes
já citados de Glauber e Sganzerla e
"Amarelo Manga" (Cláudio Assis), "Durval Discos" (Anna Muylaert) e "São Paulo SA" (Luís Sérgio Person).
(SILVANA ARANTES)
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