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foco
Em SP, Rubem Fonseca vira menino para promover livro de escritora-pupila
FABIO VICTOR
DA REPORTAGEM LOCAL
"Chora não, meu bem,
chora não". Rubem Fonseca,
o escritor recluso, o autor da
violência urbana desmedida,
faz biquinho e se contorce
em frente ao vidro de um
quadrado branco montado
dentro da Livraria da Vila.
Lá dentro, simulando choro, está a escritora performática Paula Parisot, que, para
lançar seu romance "Gonzos
e Parafusos" (ed. Leya), vive
há seis dias no cubo, uma clínica de repouso descrita no
livro. Fonseca é padrinho literário de Paula e foi ontem
ao local alimentá-la -parte
do roteiro da performance.
Ao ver um fotógrafo, o escritor se irritou: "Porra! Puta
Merda! Estragou o meu dia".
Minutos depois, embevecido
pela pupila, se acalmou.
"Tem que comer, entendeu", disse. Ela brinca com
uma fatia de pão. "Tá bom?",
ele pergunta. Ela não fala.
"Tá muito magrinha", balbucia Fonseca, 84 anos. Faz
uma careta para Paula, simula lutar boxe com ela e depois
diz. "Desculpa, vamos fazer
as pazes." Apresenta-se como "José" a uma espectadora. Recusa gentilmente o pedido de entrevista. Só diz que
acha Paula uma escritora
com "um futuro brilhante".
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