São Paulo, quarta-feira, 17 de março de 2010

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Em SP, Rubem Fonseca vira menino para promover livro de escritora-pupila

FABIO VICTOR
DA REPORTAGEM LOCAL

"Chora não, meu bem, chora não". Rubem Fonseca, o escritor recluso, o autor da violência urbana desmedida, faz biquinho e se contorce em frente ao vidro de um quadrado branco montado dentro da Livraria da Vila.
Lá dentro, simulando choro, está a escritora performática Paula Parisot, que, para lançar seu romance "Gonzos e Parafusos" (ed. Leya), vive há seis dias no cubo, uma clínica de repouso descrita no livro. Fonseca é padrinho literário de Paula e foi ontem ao local alimentá-la -parte do roteiro da performance.
Ao ver um fotógrafo, o escritor se irritou: "Porra! Puta Merda! Estragou o meu dia". Minutos depois, embevecido pela pupila, se acalmou.
"Tem que comer, entendeu", disse. Ela brinca com uma fatia de pão. "Tá bom?", ele pergunta. Ela não fala.
"Tá muito magrinha", balbucia Fonseca, 84 anos. Faz uma careta para Paula, simula lutar boxe com ela e depois diz. "Desculpa, vamos fazer as pazes." Apresenta-se como "José" a uma espectadora. Recusa gentilmente o pedido de entrevista. Só diz que acha Paula uma escritora com "um futuro brilhante".


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