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POLÍTICA CULTURAL
Evento abordará, em 2004, novos modelos de gestão pública
Fórum Mundial discute seu formato
ISRAEL DO VALE
DA REPORTAGEM LOCAL
A "Eco 92 da Cultura" já tem data de nascimento, nome e os primeiros padrinhos escolhidos. O
paralelo exige que se guardem as
devidas proporções, claro, mas o
fato é que há grande expectativa
nos meios culturais em torno da
realização no Brasil da primeira
edição do Fórum Cultural Mundial, que a cidade de São Paulo sedia entre 26 de junho e 4 de julho do ano que vem.
A gestação tem sido cercada de
cuidados -para evitar as complicações de um parto prematuro e
fora das condições desejáveis. Até
poucas semanas atrás trabalhava-se com três opções de nome, de
diferentes matizes conceituais. A
opção tomada em encontro em
Brasília com 20 representantes da
sociedade civil e de órgãos de governos estaduais, municipais e federal foi a da simplicidade: venceu o que "já está na boca do povo", como diz Ruy Cezar Silva, 46 anos, diretor do Instituto Casa
Via Magia da Bahia.
A data, inicialmente prevista
para janeiro do ano que vem, acabou reprogramada -para evitar
a concorrência com seu meio-irmão europeu, o Fórum Universal
das Culturas, que Barcelona recebe em maio de 2004, e para aproveitar o calendário de férias europeu.
O primeiro dos oito "chás-de-bebê" programados para levantar
a infra-estrutura adequada para a
"criança" ser recebida no Brasil
está marcado para a sexta-feira da
próxima semana, em encontro
entre 90 agentes culturais no auditório da Secretaria Municipal de
Cultura paulistana, com presença
do ministro Gilberto Gil, do secretário municipal local, Celso Frateschi, e de executivos do setor
cultural que encabeçam a organização do evento. A reunião formalizará o início dos trabalhos do
FCM, com a apresentação dos padrinhos (o conselho diretor inicial, formado por nove pessoas) e
o planejamento para que o guri
cresça robusto.
A participação é direcionada ao
conjunto mais atuante de produtores e pensadores da cultura.
Empresas e órgãos que não receberam a convocatória podem inscrever-se, com aceitação condicionada à sobra de vagas. Os outros sete encontros serão realizados entre julho e agosto deste ano,
com três datas na região Sudeste
(Rio, Belo Horizonte e novamente
SP), duas no Nordeste (Fortaleza
e Salvador), uma no Norte (Manaus), uma no Centro-Oeste
(Campo Grande) e uma no Sul
(Curitiba).
O Fórum Cultural Mundial é o
ponto alto da mais ambiciosa tentativa de reformulação do modelo
de gestão cultural em voga no
mundo. Articulada pelas ditas redes de informação, essa revisão
conjuntural parte da constatação
do esgotamento (por acefalia,
inoperância ou falta de recursos)
das políticas públicas de cultura.
O sistema de redes não é simplesmente a negativa desse formato -e da verba que circula nele. Quer potencializá-lo, criteriosamente. "A intenção é monitorar, otimizar e distribuir melhor
os recursos através de sistemas
compartilhados", diz Cezar Silva.
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