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São Paulo, quinta-feira, 17 de abril de 2003

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POLÍTICA CULTURAL

Evento abordará, em 2004, novos modelos de gestão pública

Fórum Mundial discute seu formato

ISRAEL DO VALE
DA REPORTAGEM LOCAL

A "Eco 92 da Cultura" já tem data de nascimento, nome e os primeiros padrinhos escolhidos. O paralelo exige que se guardem as devidas proporções, claro, mas o fato é que há grande expectativa nos meios culturais em torno da realização no Brasil da primeira edição do Fórum Cultural Mundial, que a cidade de São Paulo sedia entre 26 de junho e 4 de julho do ano que vem.
A gestação tem sido cercada de cuidados -para evitar as complicações de um parto prematuro e fora das condições desejáveis. Até poucas semanas atrás trabalhava-se com três opções de nome, de diferentes matizes conceituais. A opção tomada em encontro em Brasília com 20 representantes da sociedade civil e de órgãos de governos estaduais, municipais e federal foi a da simplicidade: venceu o que "já está na boca do povo", como diz Ruy Cezar Silva, 46 anos, diretor do Instituto Casa Via Magia da Bahia.
A data, inicialmente prevista para janeiro do ano que vem, acabou reprogramada -para evitar a concorrência com seu meio-irmão europeu, o Fórum Universal das Culturas, que Barcelona recebe em maio de 2004, e para aproveitar o calendário de férias europeu.
O primeiro dos oito "chás-de-bebê" programados para levantar a infra-estrutura adequada para a "criança" ser recebida no Brasil está marcado para a sexta-feira da próxima semana, em encontro entre 90 agentes culturais no auditório da Secretaria Municipal de Cultura paulistana, com presença do ministro Gilberto Gil, do secretário municipal local, Celso Frateschi, e de executivos do setor cultural que encabeçam a organização do evento. A reunião formalizará o início dos trabalhos do FCM, com a apresentação dos padrinhos (o conselho diretor inicial, formado por nove pessoas) e o planejamento para que o guri cresça robusto.
A participação é direcionada ao conjunto mais atuante de produtores e pensadores da cultura. Empresas e órgãos que não receberam a convocatória podem inscrever-se, com aceitação condicionada à sobra de vagas. Os outros sete encontros serão realizados entre julho e agosto deste ano, com três datas na região Sudeste (Rio, Belo Horizonte e novamente SP), duas no Nordeste (Fortaleza e Salvador), uma no Norte (Manaus), uma no Centro-Oeste (Campo Grande) e uma no Sul (Curitiba).
O Fórum Cultural Mundial é o ponto alto da mais ambiciosa tentativa de reformulação do modelo de gestão cultural em voga no mundo. Articulada pelas ditas redes de informação, essa revisão conjuntural parte da constatação do esgotamento (por acefalia, inoperância ou falta de recursos) das políticas públicas de cultura.
O sistema de redes não é simplesmente a negativa desse formato -e da verba que circula nele. Quer potencializá-lo, criteriosamente. "A intenção é monitorar, otimizar e distribuir melhor os recursos através de sistemas compartilhados", diz Cezar Silva.


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