São Paulo, sábado, 17 de maio de 2008

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Crítica/"Bodas de Papel"

Produção sem riscos segue molde comercial

CÁSSIO STARLING CARLOS
CRÍTICO DA FOLHA

Vem de longe a tradição de parte dos cineastas brasileiros de tentar equiparar nossos filmes aos estrangeiros em bom acabamento, estrutura narrativa e eficiência dramática. Como nome atuante nos três ramos do cinema, o produtor, distribuidor e diretor André Sturm se lança em "Bodas de Papel" à tarefa de realizar um filme de leitura simples, seguindo o molde de eficácia comercial.
Nesse sentido, "Bodas..." funciona melhor que seu filme de estréia, "Sonhos Tropicais", que se afogava nas ambições da reconstituição histórica. Dessa vez, Sturm optou pelo intimismo com enfoque intemporal ao contar a história de um casal que se conhece por acaso, se apaixona e depois sofre as incoerências do destino. O espaço é o de uma cidade do interior, para onde se deslocam os protagonistas em busca de uma vida simples e onde se cercam de tipos simpáticos.
Concentrado nas figuras do par, Sturm optou por dois atores que também funcionassem como apelo comercial. Helena Ranaldi empresta sua beleza a Nina, enquanto o argentino Dario Grandinetti coloca seu charme a serviço como Miguel.
A história segue o padrão das ficções românticas, ao modo dos clássicos que podem agradar ao público de qualquer idade. Trata-se, no fim, de um cinema sem riscos, feito para se pagar nas bilheterias.


BODAS DE PAPEL
Produção: Brasil, 2006
Direção: André Sturm
Com: Dario Grandinetti, Helena Ranaldi
Onde: no Jardim Sul, Pátio Higienópolis e circuito; classificação: livre
Avaliação: regular



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