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Crítica/"Bodas de Papel"
Produção sem riscos segue molde comercial
CÁSSIO STARLING CARLOS
CRÍTICO DA FOLHA
Vem de longe a tradição
de parte dos cineastas
brasileiros de tentar
equiparar nossos filmes aos estrangeiros em bom acabamento, estrutura narrativa e eficiência dramática. Como nome
atuante nos três ramos do cinema, o produtor, distribuidor e
diretor André Sturm se lança
em "Bodas de Papel" à tarefa de
realizar um filme de leitura
simples, seguindo o molde de
eficácia comercial.
Nesse sentido, "Bodas..." funciona melhor que seu filme de
estréia, "Sonhos Tropicais",
que se afogava nas ambições da
reconstituição histórica. Dessa
vez, Sturm optou pelo intimismo com enfoque intemporal ao
contar a história de um casal
que se conhece por acaso, se
apaixona e depois sofre as incoerências do destino. O espaço é o de uma cidade do interior, para onde se deslocam os
protagonistas em busca de uma
vida simples e onde se cercam
de tipos simpáticos.
Concentrado nas figuras do
par, Sturm optou por dois atores que também funcionassem
como apelo comercial. Helena
Ranaldi empresta sua beleza a
Nina, enquanto o argentino
Dario Grandinetti coloca seu
charme a serviço como Miguel.
A história segue o padrão das
ficções românticas, ao modo
dos clássicos que podem agradar ao público de qualquer idade. Trata-se, no fim, de um cinema sem riscos, feito para se
pagar nas bilheterias.
BODAS DE PAPEL
Produção: Brasil, 2006
Direção: André Sturm
Com: Dario Grandinetti, Helena Ranaldi
Onde: no Jardim Sul, Pátio Higienópolis e circuito; classificação: livre
Avaliação: regular
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