São Paulo, domingo, 17 de junho de 2007

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Crítica

Para quem se esqueceu de Cantinflas

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Na recente votação proposta pela Ilustrada sobre os melhores comediantes de todos os tempos, quem votou em Cantinflas? Eu não. Para falar a verdade, não lembrei do nosso gênio latino da comédia.
Lembramos dos americanos, claro, de alguns franceses e fim de conversa. Nem os italianos tiveram chance na concorrência, talvez porque tenhamos o hábito de achar que todo italiano é naturalmente engraçado. O fato é que Totó recebeu um voto e só. O mesmo que Leslie Nielsen... Como depois responder quando dizem que não passamos de uns colonizados?
O fato é que Cantinflas, o mexicano, não recebeu um mísero voto. O que significa que todos os críticos deviam se obrigar a sintonizar o TCM hoje, às 19h, para assistir a "A Volta ao Mundo em 80 Dias".
O filme não é nem mexicano. Verdade seja dita, se a eleição fosse nos EUA, Cantinflas teria mais chance. O certo é que "A Volta..." começa por ser uma grande aventura escrita por Julio Verne, onde Phileas Fogg (David Niven) propõe-se a fazer o que o título diz. É uma aposta, coisa de cavalheiros vitorianos, de quem não se limita a contemplar o nascimento da era contemporânea.
Nessa aventura o seguirá o esperto Passepartout, vulgo Cantinflas, que, além de criar um contraste com a empáfia dos cavalheiros ingleses, enche a tela com sua simpatia e seu humor. Cantinflas é, na história do humor mundial, um nome a reter, obrigatoriamente.


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