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Namorados de estilistas sofrem na SPFW
NINA LEMOS
COLUNISTA DA FOLHA
"Todos os meus amigos/ só
falam de uma coisa/ só falam de
moda/ apoteose total/ Só p... é o
que importa/ cartela de cores/
abravana legal." Com esses versos, o músico Boris Fratogianni
homenageou em uma canção
sua namorada, Rita Comparato, estilista da Neon. E, mais
que isso, externou o sentimento comum aos namorados e
maridos de estilistas, homens
que, gostando ou não de moda,
são obrigados a ouvir desabafos
sobre modelagem, acabamento
e, mais que isso, agüentar os
surtos que acometem suas mulheres em épocas de desfiles.
"A minha vida segue o calendário da moda, é como se ela tivesse uma TPM três meses antes de a temporada começar",
desabafa o designer Rodrigo
Teco, casado com a estilista Fábia Bercsek há sete anos. Anteontem, no dia do desfile da
mulher, ele passou o dia ouvindo falar sobre "um tal de blazer
que não tinha ficado bom".
"Rola o maior estresse e sobra tudo para casa", conta. Nesses casos, ele adota a seguinte
filosofia: "Fico quieto e digo
que tudo vai dar certo".
Boris comemora o fato de Rita não falar tanto sobre moda.
"Quem fala mais é o Dudu [Bertholini, sócio e parceiro de Rita
na Neon], mas o problema é
que eles estão sempre juntos."
Ao contrário dos senhores
Neon e Fábia Bercsek, o administrador Hans Blankenburgh,
casado há onze anos com Katia
Willie, a designer da Zigfreda,
virou fanático pelo assunto e
assumiu, há cinco anos, a direção da marca com a mulher. "A
moda virou a minha vida", ele
diz, sem tons de reclamação.
Mesmo assim, em épocas de
desfile, cuida de Kátia, que fica
mais estressada que o usual.
"Sei que ela, como criadora, fica
muito nervosa. Minha função,
nessas horas é falar para ela se
alimentar direito e, em alguns
casos, obriga-la a dar uma relaxada", conta o senhor Zigfreda,
hoje tão abduzido pelo mundo
da moda que interrompe a entrevista no meio para falar com
produtores do show da grife.
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