São Paulo, domingo, 17 de junho de 2007

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Namorados de estilistas sofrem na SPFW

NINA LEMOS
COLUNISTA DA FOLHA

"Todos os meus amigos/ só falam de uma coisa/ só falam de moda/ apoteose total/ Só p... é o que importa/ cartela de cores/ abravana legal." Com esses versos, o músico Boris Fratogianni homenageou em uma canção sua namorada, Rita Comparato, estilista da Neon. E, mais que isso, externou o sentimento comum aos namorados e maridos de estilistas, homens que, gostando ou não de moda, são obrigados a ouvir desabafos sobre modelagem, acabamento e, mais que isso, agüentar os surtos que acometem suas mulheres em épocas de desfiles.
"A minha vida segue o calendário da moda, é como se ela tivesse uma TPM três meses antes de a temporada começar", desabafa o designer Rodrigo Teco, casado com a estilista Fábia Bercsek há sete anos. Anteontem, no dia do desfile da mulher, ele passou o dia ouvindo falar sobre "um tal de blazer que não tinha ficado bom".
"Rola o maior estresse e sobra tudo para casa", conta. Nesses casos, ele adota a seguinte filosofia: "Fico quieto e digo que tudo vai dar certo".
Boris comemora o fato de Rita não falar tanto sobre moda. "Quem fala mais é o Dudu [Bertholini, sócio e parceiro de Rita na Neon], mas o problema é que eles estão sempre juntos."
Ao contrário dos senhores Neon e Fábia Bercsek, o administrador Hans Blankenburgh, casado há onze anos com Katia Willie, a designer da Zigfreda, virou fanático pelo assunto e assumiu, há cinco anos, a direção da marca com a mulher. "A moda virou a minha vida", ele diz, sem tons de reclamação.
Mesmo assim, em épocas de desfile, cuida de Kátia, que fica mais estressada que o usual. "Sei que ela, como criadora, fica muito nervosa. Minha função, nessas horas é falar para ela se alimentar direito e, em alguns casos, obriga-la a dar uma relaxada", conta o senhor Zigfreda, hoje tão abduzido pelo mundo da moda que interrompe a entrevista no meio para falar com produtores do show da grife.


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