São Paulo, domingo, 17 de junho de 2007

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PONTO DE VISTA

Não deu para ver os sapatos

DUILIO FERRONATO
COLUNISTA DA FOLHA

Como ficar nas primeiras filas nos desfiles da São Paulo Fashion Week não é para qualquer um, então a maioria acaba ficando depois da fila C ou em pé atrás da última fila das arquibancadas. Desses lugares a visibilidade é muito afetada, mesmo quando os modelos passam bem na sua frente, uma ou outra cabeça atrapalha.
Os sapatos são os que mais sofrem, não dá para ver de jeito nenhum, principalmente se a passarela for na altura do chão. No desfile da Zoomp foi construída uma passarela de uns 30 cm, que permitia que quase todos vissem os pés dos modelos.
E a onda da Cidade Limpa ainda não contaminou todos os estilistas e cenógrafos e, mesmo com a iluminação toda voltada para as modelos, a confusão visual é berrante.
O foco fica muito perdido olhando para o lado oposto da sua cadeira e vendo uma centena de pessoas olhando para sua direção. É claro que parte da graça é justamente ficar olhando as pessoas do outro lado.
Isso deve acontecer porque os estilistas são muito ocupadOs e nunca nem perceberam que o tema da semana de moda tem sido a sustentabilidade. As quantidades de papel e plástico que são distribuídas não combinam nadinha com o tema.
Fora das salas de desfiles o investimento em cenografia é muito mais visível. Logo na entrada uma parede branca construída de papelão, reutilizado de edições passadas, deixa entrar uma luz suave do parque. Subindo a rampa está o grande atrativo que é o lounge das redes, muito apropriado para uma soneca entre desfiles.
Os patrocinadores montaram lounges muito bem cuidados, e os mais interessantes deixaram abertas as janelas com vista para o parque. A maioria é bem confortável e amigável, ficando a antipatia só para os lounges mais metidos.


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