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ERUDITO
Evento, que começa amanhã, recebe encenação de "Zaira", escrita no século 19 por Bernardo José de Souza Queiroz
Festival de Juiz de Fora terá ópera inédita
IRINEU FRANCO PERPETUO
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A encenação de uma ópera brasileira inédita é o principal destaque do 15º Festival de Música Colonial Brasileira e Música Antiga,
que o Centro Cultural Pró-Música
promove de 18 de junho a 1º de
agosto em Juiz de Fora, com eventos paralelos em Tiradentes, Ouro
Preto e Rio de Janeiro.
Denominada "Zaira", e baseada
na "Zaide", de Voltaire (que também inspirou uma criação inacabada de Mozart), a ópera foi escrita entre 1808 e 1815, por Bernardo
José de Souza Queiroz (c. 1770-c.
1840-50), compositor cujo país de
nascimento -Brasil ou Portugal- é motivo de controvérsia e
do qual pouco se sabe, além do fato de ter sido bastante ativo na vida musical carioca de seu tempo,
com obras cênicas como "O Juramento dos Numes".
Com dois atos, não há registros
de que a ópera tenha sido encenada no período de vida de seu autor. A partitura, que se encontrava
na Biblioteca da Ajuda, em Portugal, foi restaurada pelo musicólogo Rogério Budasz.
Com regência de Sérgio Dias, a
récita terá lugar no Cine-Theatro
Central, em Juiz de Fora, no dia
31, sob direção cênica de Walter
Neiva e elenco destacando, no papel-título, a soprano coloratura
catarinense Kalinka Damiani.
O festival começa neste domingo, às 20h, em Juiz de Fora, com
concerto da Orquestra Sinfônica
de Minas Gerais, regida por Marcelo Ramos. Ao todo, estão programadas cerca de 50 apresentações em teatros, igrejas, ruas e
agências bancárias, reunindo artistas brasileiros, como Turíbio
Santos (violão) e o grupo Anima,
e estrangeiros, como o Volta Musica Antigua (México). Com 600
alunos, o evento será concomitante ao 6º Encontro de Musicologia Histórica.
Desde suas primeiras edições, o
festival tem a tradição de lançar
um CD. Se no começo as gravações tinham nível artístico precário, nos últimos anos sua qualidade técnica e musical evoluiu, graças à participação da Orquestra
Barroca do Festival, regida por
Luís Otávio Santos.
A orquestra toca na segunda e
terá seu trabalho documentado
em DVD. Neste ano, será registrado o "Laudate Pueri Dominum",
do mineiro Ferreira Coutinho
(1750-1820), ao lado de autores
como Bach e Vivaldi.
15º FESTIVAL DE MÚSICA COLONIAL
BRASILEIRA E MÚSICA ANTIGA.
Onde:
Cine Theatro Central (pça. João Pessoa,
s/nº, tel. 0/xx/32/3215-1400). Quando:
de amanhã a 1º/8. Quanto: grátis. Inf.:
www.promusica.org.br.
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