São Paulo, segunda-feira, 17 de setembro de 2007

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Crítica

Franquia "Batman" faz crítica a usos e costumes ianques

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Ninguém é obrigado a fazer o que não quer, diz Clint Eastwood em resposta a seus colegas diretores que se queixam das exigências dos produtores.
Com efeito, ser um "yes man" é, de certa maneira, uma escolha. É verdade que a indústria de cinema, nos EUA, paga muito bem. Mas quem se deixa comprar, no mínimo, perde o direito à queixa.
Tim Burton ilustra bem como é possível se equilibrar na corda bamba da indústria, fazendo obra comercial, sem abdicar da pessoalidade. E ele o fez no momento mais triunfal da cultura do "blockbuster", na virada para os anos 1990.
Hoje, é possível verificar como "Batman" (A&E, 20h) e "Batman, o Retorno" (A&E, 22h30) constituem um olhar crítico sobre os usos e costumes, políticos inclusive, da sociedade americana. É o mínimo que se pede, na verdade, de uma obra de arte. Mas filmes são, primeiro, uma mercadoria. Viva esses caráteres fortes, como Burton, que traficam suas obras de arte.


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