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Crítica
Franquia "Batman" faz crítica a usos e costumes ianques
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Ninguém é obrigado a fazer o
que não quer, diz Clint Eastwood em resposta a seus colegas diretores que se queixam
das exigências dos produtores.
Com efeito, ser um "yes man"
é, de certa maneira, uma escolha. É verdade que a indústria
de cinema, nos EUA, paga muito bem. Mas quem se deixa
comprar, no mínimo, perde o
direito à queixa.
Tim Burton ilustra bem como é possível se equilibrar na
corda bamba da indústria, fazendo obra comercial, sem abdicar da pessoalidade. E ele o
fez no momento mais triunfal
da cultura do "blockbuster", na
virada para os anos 1990.
Hoje, é possível verificar como "Batman" (A&E, 20h) e
"Batman, o Retorno" (A&E,
22h30) constituem um olhar
crítico sobre os usos e costumes, políticos inclusive, da sociedade americana. É o mínimo
que se pede, na verdade, de
uma obra de arte. Mas filmes
são, primeiro, uma mercadoria.
Viva esses caráteres fortes, como Burton, que traficam suas
obras de arte.
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