São Paulo, quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

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entrevista

"Preferia que abrisse com todas as salas"

DA SUCURSAL DO RIO

Primeiro francês laureado com o prêmio Pritzker (o Oscar da arquitetura), em 1994, Christian de Portzamparc ganhou notoriedade internacional com a construção da Cidade da Música de Paris. Casado com a arquiteta e decoradora brasileira Elizabeth de Portzamparc, o arquiteto costuma vir ao Brasil três vezes por ano e tem uma casa no Rio. À Folha falou sobre o seu projeto brasileiro. Veja a seguir. (CJ)

 

FOLHA - O sr. considera adequada a localização da Cidade da Música?
CHRISTIAN DE PORTZAMPARC
- As metrópoles têm essa continuidade linear horizontal que forma um labirinto imenso. No Rio, com as montanhas, você pode dimensionar seu corpo dentro da cidade. Mas na Barra são unicamente prédios, shoppings e quilômetros de rodovias.
Fazer um ponto de referência, com um grande jardim, pode ajudar a reorganizar a vida urbana coletiva.

FOLHA - O que o sr. acha de o complexo ser inaugurado sem a obra estar finalizada?
PORTZAMPARC
- Nestes últimos três meses, o trabalho foi uma loucura, está indo rápido demais, mas o acabamento é bem mais difícil. É claro que eu preferiria que fosse aberta com todas as salas e que o modo de funcionamento já fosse bem organizado e conhecido.

FOLHA - Quando o sr. acha que tudo estará pronto?
PORTZAMPARC
- Depende da maneira como o Eduardo Paes vai tratar do assunto. Isso pode ser fechado em cinco e seis meses. Seria uma maneira de não gastar dinheiro público demais.

FOLHA - Há relação entre o projeto e a arquitetura brasileira?
PORTZAMPARC
- Eu nunca vou fazer uma coisa em estilo brasileiro. Mas eu sou influenciado pela estética do país. A utilização do concreto com grandes vãos, por exemplo, é típica da arquitetura moderna brasileira. Aí, é o meu estilo pessoal que se combina com o projeto, o sítio e a cultura técnica do Brasil.


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