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ELETRÔNICA
Expoentes do tecno e da house minimalista fizeram apresentação de quatro horas em festa no Rio de Janeiro
Hawtin e Villalobos levam 3.500 cariocas ao "delírio"
DIEGO ASSIS
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
O ano -eletrônico- começou
bem para os cariocas. Se, em 2004,
eles não tiveram Skol Beats nem
sonarsound, por outro lado, já começaram 2005 com o pé direito:
os dois nomes mais badalados da
vertente minimalista da música
eletrônica se apresentaram, lado a
lado (ou "back to back", no jargão
clubber), na terceira edição da festa Delírio, em Botafogo.
Nascido na Inglaterra, mas criado no Canadá, o DJ e produtor Richie Hawtin, também conhecido
por Plastikman, já se apresentou
diversas vezes em São Paulo, duas
delas no final de 2004 e início de
2005. O chileno Ricardo Villalobos, que, como Hawtin, escolheu
a capital Berlim para fixar residência nos últimos anos, também
tocou recentemente em solo paulistano, encerrando, no ano passado, uma das noites da edição
brasileira do sónar, em outubro.
Foi só no Rio de Janeiro, no entanto, que os dois repetiram a
concorrida dobradinha, até o último sábado só realizada na Alemanha, Inglaterra e Espanha, no sónar de Barcelona em 2004.
Por que tanto confete? Quatro
horas de tecno e house dos mais
finos, pontuados por elementos
atmosféricos, camadas de ruídos
eletrônicos e um groove pesado e
pulsante extraído dos melhores
discos e produções próprias da
dupla. Enfim, uma música hipnotizante para dançar ora com os
pés, ora com a cabeça.
Um tanto mais festiva que as experiências anteriores -até peruca Hawtin e Villalobos vestiram-, o set da dupla começou
por volta das 2h30 e só foi terminar quando o Sol já brilhava sobre
o amplo e arejado galpão do Clube Mourisco Mar, com vista para
a baía de Guanabara e para o Pão
de Açúcar.
Numa espécie de jam session a
dois, Villalobos escolhia os discos,
botava para tocar e logo entregava
o bastão para Hawtin, mestre dos
botões e efeitos digitais. A viagem
cósmica, sonora, sensorial, ganhava contornos visuais do coletivo de VJs Embolex e de um grupo de grafiteiros que preenchia as
paredes brancas do espaço.
Inaugurada em novembro passado, no Rio, a festa Delírio já levou à cidade outros nomes importantes da cena internacional.
Na primeira edição, os destaques
foram Frank Bones e John Acquaviva, antigo companheiro de
Hawtin no selo Plus 8.
Em dezembro, segunda edição
da festa, foi a vez de Green Velvet,
que também se apresentou no
Brasília Music Festival, e do alemão Richard Bartz, da Gigolo.
A próxima Delírio já está com
data marcada. Será em 4 de fevereiro, véspera de Carnaval, com os
brasileiros Mau Mau e Gustavo
Tata, além de Sterac, da Holanda,
e o alemão DJ Hell. Para quem
não gosta (só) de samba...
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