São Paulo, terça-feira, 18 de janeiro de 2005

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ELETRÔNICA

Expoentes do tecno e da house minimalista fizeram apresentação de quatro horas em festa no Rio de Janeiro

Hawtin e Villalobos levam 3.500 cariocas ao "delírio"

DIEGO ASSIS
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

O ano -eletrônico- começou bem para os cariocas. Se, em 2004, eles não tiveram Skol Beats nem sonarsound, por outro lado, já começaram 2005 com o pé direito: os dois nomes mais badalados da vertente minimalista da música eletrônica se apresentaram, lado a lado (ou "back to back", no jargão clubber), na terceira edição da festa Delírio, em Botafogo.
Nascido na Inglaterra, mas criado no Canadá, o DJ e produtor Richie Hawtin, também conhecido por Plastikman, já se apresentou diversas vezes em São Paulo, duas delas no final de 2004 e início de 2005. O chileno Ricardo Villalobos, que, como Hawtin, escolheu a capital Berlim para fixar residência nos últimos anos, também tocou recentemente em solo paulistano, encerrando, no ano passado, uma das noites da edição brasileira do sónar, em outubro.
Foi só no Rio de Janeiro, no entanto, que os dois repetiram a concorrida dobradinha, até o último sábado só realizada na Alemanha, Inglaterra e Espanha, no sónar de Barcelona em 2004.
Por que tanto confete? Quatro horas de tecno e house dos mais finos, pontuados por elementos atmosféricos, camadas de ruídos eletrônicos e um groove pesado e pulsante extraído dos melhores discos e produções próprias da dupla. Enfim, uma música hipnotizante para dançar ora com os pés, ora com a cabeça.
Um tanto mais festiva que as experiências anteriores -até peruca Hawtin e Villalobos vestiram-, o set da dupla começou por volta das 2h30 e só foi terminar quando o Sol já brilhava sobre o amplo e arejado galpão do Clube Mourisco Mar, com vista para a baía de Guanabara e para o Pão de Açúcar.
Numa espécie de jam session a dois, Villalobos escolhia os discos, botava para tocar e logo entregava o bastão para Hawtin, mestre dos botões e efeitos digitais. A viagem cósmica, sonora, sensorial, ganhava contornos visuais do coletivo de VJs Embolex e de um grupo de grafiteiros que preenchia as paredes brancas do espaço.
Inaugurada em novembro passado, no Rio, a festa Delírio já levou à cidade outros nomes importantes da cena internacional. Na primeira edição, os destaques foram Frank Bones e John Acquaviva, antigo companheiro de Hawtin no selo Plus 8.
Em dezembro, segunda edição da festa, foi a vez de Green Velvet, que também se apresentou no Brasília Music Festival, e do alemão Richard Bartz, da Gigolo.
A próxima Delírio já está com data marcada. Será em 4 de fevereiro, véspera de Carnaval, com os brasileiros Mau Mau e Gustavo Tata, além de Sterac, da Holanda, e o alemão DJ Hell. Para quem não gosta (só) de samba...


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