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CDS
MÚSICA
Após "Destroy Rock'n'Roll", escocês foi considerado "salvador" da dance music
Novo nome da eletrônica, Mylo participa do Skol Beats
DO COLUNISTA DA FOLHA
Numa velocidade impressionante, Myles MacInnes, que nunca tinha discotecado "a sério" até
setembro do ano passado, virou o
nome mais quente da música eletrônica e o destruidor do rock.
Ph.D. em filosofia até 2001, produtor de música na escondida ilha
de Skye até 2003, o escocês Mylo,
25, acabou 2004 como o responsável pela "ressurreição" da dance
music, graças ao seu festejado álbum "Destroy Rock'n'Roll".
E agora em 2005, o rapaz é nome certo para os gigantes festivais
europeus. Mais: foi confirmado
oficialmente como grande atração do Skol Beats, o principal festival de música eletrônica do Brasil, que acontece no dia 16 de abril,
no Anhembi, em São Paulo.
Adotado por DJs como Fatboy
Slim e 2ManyDJs, o jovem Mylo
não é anti-rock, apesar do nome
do seu CD e de sua principal música. Pelo contrário. Mylo, que já
remixou de Kylie Minogue a The
Killers, é querido de programas
de rock das rádios inglesas.
Considerado herdeiro do duo
Daft Punk, Mylo, em seu CD,
sampleia uma voz de um pregador americano dos anos 80 lendo
a lista de pecadores cujas músicas
e vídeos devem ser destruídos por
más influências às crianças. Estão
"condenados" Michael Jackson,
Prince, Bruce Springsteen, Madonna, Rolling Stones e muito
mais. De Londres, Mylo conversou com a Folha, por e-mail.
(LÚCIO RIBEIRO)
Folha - Até aparecer na cena eletrônica, você vivia escondido na
ilha de Skye, na Escócia. Qual é sua
trajetória do pacato lugar para a
agitação das pistas?
Mylo - Eu vivi em Los Angeles
por um tempo e voltei à Escócia.
Lá tudo é muito bonito, mas frio e
escuro. Ou seja: um ótimo lugar
para se enfiar em um estúdio para
trabalhar, porque não há muito o
que fazer. Agora divido meu tempo entre Skye e Londres.
Folha - O quanto você quer destruir o rock?
Mylo - Isso tudo é uma brincadeira, claro. Para mim "Destroy
Rock'n'Roll" era um óbvio nome
para a música que sampleou a
oratória do pregador americano
contra a manifestação "do mal",
que era o rock. O mesmo título seria ótimo para o álbum, para chamar a atenção para ele.
Folha - Seu álbum foi lançado em
2004, na Inglaterra, por sua gravadora. Agora, com o lançamento do
single e com a segunda turnê, seu
nome apareceu para valer na cena.
Descreva como é seu álbum e se ele
tem chance de chegar ao Brasil?
Mylo - Eu descreveria meu disco
como "fucked-up pop music".
Você pode publicar isso? Pop music estragada. É dance music para
ouvir na cama ou enquanto lava
sua louça. Estamos [ele e a gravadora Breastfed] analisando propostas para lançar o disco nos
EUA. Temos alguns pedidos.
Adoraria que o disco fosse editado no Brasil. É só nos procurar.
Folha - Uma outra música do disco, hino de pista, é "Drop the Pressure". Muita gente quis remixá-la e
ela acabou servindo para comerciais, trilhas. Teve algum lugar esquisito onde você a ouviu?
Mylo - Amigos me disseram que
ela serviu de fundo sonoro para
um documentário sobre adolescentes transexuais, que passou na
TV em janeiro.
Folha - Você já remixou Kylie Minogue e The Killers. Qual é a sua
próxima assinatura?
Mylo - Eu vou fazer um remix
para "Lift me Up", o primeiro single do novo álbum do Moby.
Folha - Já há quem o chame de
"salvador da música eletrônica".
Como você lida com isso?
Mylo - Eu nunca me senti famoso nem fui reconhecido em nenhum lugar. Mas é verdade que
minha vida mudou. Já estou no
ritmo "sempre viajar, nunca dormir". Mas, fama mesmo, zero.
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