|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BOMBARDEIO SONORO
Banda britânica comenta o futuro show no Brasil e sua música sobre a Guerra do Iraque
Faithless usa dance para falar de política
DA REPORTAGEM LOCAL
Música eletrônica pode ser política e consciente e, ao mesmo
tempo, fazer dançar. É o que diz
o Faithless, um dos principais
grupos de dance music do planeta, que se apresenta no palco
principal do Skol Beats.
A banda britânica é centrada
em três pessoas: o produtor Rollo Armstrong (irmão da popstar
Dido), o vocalista Maxi Jazz e a
tecladista Sister Bliss. Isso no estúdio; no palco, são Maxi Jazz,
Sister Bliss e mais oito músicos,
incluindo dois percussionistas.
O trio já lançou quatro álbuns
-o último, "No Roots", no ano
passado. "Vamos tocar músicas
de todos os álbuns. O show é
"deep" [profundo], emocional",
disse Sister Bliss à Folha.
Não faz muito tempo que o
Faithless fez sua última visita ao
Brasil. Em junho de 2004, inspirados pelo filme "Cidade de
Deus", eles foram ao Rio gravar
um clipe para a música "I Want
More". Mas, por um problema
técnico, as imagens não foram
usadas no vídeo. "Não sei direito
o que ocorreu, foi um problema
técnico em algumas cenas. Ficamos muito tristes. Mas devemos
usar partes das filmagens num
vídeo para celebrar a nossa carreira, que devemos lançar neste
ano", afirma ela.
O principal hit do último álbum, "Mass Destruction", jogou
o Faithless para páginas de jornais europeus, junto a notícias
sobre a Guerra do Iraque. "Fala
um pouco sobre aquela guerra,
mas muito mais sobre outras
guerras. As verdadeiras armas
não são mísseis e pistolas, são o
racismo, a ganância e a intolerância. Se não nos assustássemos tanto com pessoas e culturas diferentes, não viveríamos
com tanto medo."
A música do Faithless começou voltada para as pistas, há
quase dez anos. Hoje está mais
"domesticada". "Nossos álbuns
são ecléticos. Há house, folk, trip
hop", afirma Bliss. "No começo,
fomos abraçados pela cultura
dance, as rádios não estavam interessadas em nós. Demorou para nos tornarmos populares.
Não somos mais uma banda de
dance music, mas ainda fazemos
dance music, até como uma forma de agradecer àqueles que
sempre nos aceitaram."
Texto Anterior: Música: Skol Beats cresce e ganha um trio elétrico Próximo Texto: Erika Palomino Índice
|