São Paulo, sexta-feira, 18 de março de 2005

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BOMBARDEIO SONORO

Banda britânica comenta o futuro show no Brasil e sua música sobre a Guerra do Iraque

Faithless usa dance para falar de política

DA REPORTAGEM LOCAL

Música eletrônica pode ser política e consciente e, ao mesmo tempo, fazer dançar. É o que diz o Faithless, um dos principais grupos de dance music do planeta, que se apresenta no palco principal do Skol Beats.
A banda britânica é centrada em três pessoas: o produtor Rollo Armstrong (irmão da popstar Dido), o vocalista Maxi Jazz e a tecladista Sister Bliss. Isso no estúdio; no palco, são Maxi Jazz, Sister Bliss e mais oito músicos, incluindo dois percussionistas.
O trio já lançou quatro álbuns -o último, "No Roots", no ano passado. "Vamos tocar músicas de todos os álbuns. O show é "deep" [profundo], emocional", disse Sister Bliss à Folha.
Não faz muito tempo que o Faithless fez sua última visita ao Brasil. Em junho de 2004, inspirados pelo filme "Cidade de Deus", eles foram ao Rio gravar um clipe para a música "I Want More". Mas, por um problema técnico, as imagens não foram usadas no vídeo. "Não sei direito o que ocorreu, foi um problema técnico em algumas cenas. Ficamos muito tristes. Mas devemos usar partes das filmagens num vídeo para celebrar a nossa carreira, que devemos lançar neste ano", afirma ela.
O principal hit do último álbum, "Mass Destruction", jogou o Faithless para páginas de jornais europeus, junto a notícias sobre a Guerra do Iraque. "Fala um pouco sobre aquela guerra, mas muito mais sobre outras guerras. As verdadeiras armas não são mísseis e pistolas, são o racismo, a ganância e a intolerância. Se não nos assustássemos tanto com pessoas e culturas diferentes, não viveríamos com tanto medo."
A música do Faithless começou voltada para as pistas, há quase dez anos. Hoje está mais "domesticada". "Nossos álbuns são ecléticos. Há house, folk, trip hop", afirma Bliss. "No começo, fomos abraçados pela cultura dance, as rádios não estavam interessadas em nós. Demorou para nos tornarmos populares. Não somos mais uma banda de dance music, mas ainda fazemos dance music, até como uma forma de agradecer àqueles que sempre nos aceitaram."


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