São Paulo, segunda-feira, 18 de abril de 2005

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CINEMA

Gus Van Sant, Cronenberg e Lars Von Trier são alguns dos cotados para a seleção competitiva, que será divulgada amanhã

Cannes deve abrigar "grandes nomes"

JACQUES MANDELBAUM
THOMAS SOTINEL
DO "MONDE"

A lista dos filmes selecionados para a competição no 58º Festival de Cannes, que acontece de 11 a 22 de maio, só será divulgada oficialmente amanhã, mas já circulam rumores a respeito dos títulos mais fortes da seleção oficial.
Thierry Frémeaux, diretor artístico do festival, define 2005 como um ano de "grandes nomes", com o retorno de grandes autores, depois de uma edição 2004 marcada pelo ecletismo.
A prova é a lista dos filmes cuja presença em competição é quase certa: "Last Days", de Gus Van Sant, "A History of Violence", de David Cronenberg, "Don't Come Knockin'", de Wim Wenders, "Manderlay" (a segunda parte da trilogia sobre a América iniciada com "Dogville"), de Lars von Trier, "L'Enfant", dos belgas Luc e Jean-Pierre Dardenne, "Caché", do austríaco Michael Haneke, e a volta de Jim Jarmusch, que não realizava longas-metragens desde "Ghost Dog", de 1999. Ele retorna com um filme dedicado ao francês Jean Eustache (1938-1981), diretor do polêmico "La Maman et la Putain" (de 1973).
Na categoria dos nomes ainda sem definição, cogita-se o chinês Tsui Hark. Sua adaptação do romance chinês no qual Kurosawa inspirou seu "Os Sete Samurais" foi inicialmente cogitada para a sessão de abertura do festival, mas parece que o filme não ficará pronto a tempo.
Ainda no registro do grande espetáculo, desta vez intergaláctico, é quase certa a exibição da última parte da segunda trilogia "Guerra nas Estrelas", o episódio "A Vingança de Sith", no domingo, dia 15 de maio, fora da competição.

Valores ascendentes
Fiel à sua vocação de promover valores ascendentes, a seção "Un Certo Olhar" reservará lugares especiais para obras vindas do Brasil, do México e da Alemanha.
O documentário "Entreatos", de João Moreira Salles, deve participar do festival.
O segundo filme do mexicano Carlos Reygadas, autor do elogiado "Japón", pode ir parar na competição oficial.
Pelo terceiro ano consecutivo, a programação de filmes de ficção e documentários (dentro da seleção oficial, mas fora de competição) no teatro Buñuel levará ao festival as realidades mais oportunas do mundo hoje.
Deve estar presente o israelense Avi Mograbi com um documentário sobre o conflito entre Israel e Palestina, do cambojano Rithy Panh (de "13-S21, A Máquina de Morte do Khmer Vermelho"), que retorna desta vez com uma obra de ficção sobre o genocídio ocorrido em seu país sob a ditadura do Khmer Vermelho, enquanto o britânico Adam Curtis tratará da atual política norte-americana.


Colaborou a reportagem local

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