São Paulo, domingo, 18 de maio de 2008

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Ex-globais justificam mudança de canal

DA SUCURSAL DO RIO

Quanto ganha alguém que sai da Globo para ser estrela na Record (ou vice-versa)?
As especulações a respeito de salário, condições de trabalho, relacionamento com os colegas, fama, prejuízo na imagem etc. valem um capítulo à parte. Algo no estilo "as verdades e as mentiras do bombado mercado televisivo".
Hiran Silveira, da Record, diz que nem sempre se paga o dobro, ou o triplo, a quem se dispõe a trabalhar na segunda colocada. "Muitas vezes o cara está encostado na Globo, ou infeliz, e se realiza com a possibilidade de fazer o que quer."
A autora Margareth Boury está entre os que passaram por isso. Ela ficou 24 anos na Globo, trabalhou com os melhores autores -Dias Gomes, Lauro César Muniz, Carlos Lombardi-, mas nunca deixou de ser assistente.
"A Record me fez uma proposta irrecusável, não só de dinheiro, mas de realização profissional: escrever uma novela. Sem falar que, nas minhas férias, eles me liberaram para escrever outra para a TV angolana", conta ela. "Amo a Globo, saí de lá chorando. Mas entrei na Record rindo."

Velocidade
Marcelo Serrado deixou a Globo para fazer uma novela na Record e acabou fazendo duas -afirma que foi pelo dobro do que ganhava na Globo.
"Como eles estavam muito no início, achei as instalações meio precárias. Mas é impressionante a velocidade com a qual eles cresceram. Hoje, são uma TV de primeiríssima qualidade, com diretores excepcionais, como o [Alexandre] Avancini e o Edgar Miranda, ambos vindos da Globo", diz.
Serrado diz que não perdeu em visibilidade: "Quando fiz a minha primeira novela na Record ["Prova de Amor'], a recepção do público foi um estrondo. Era como se eu estivesse em uma novela das oito da Globo", afirma ele.
Sentada na sala de maquiagem do RecNov, a atriz veterana Ester Góes, que passou dez anos na Globo e trabalhou na Bandeirantes e no SBT, diz que "a vantagem da Record é o porvir". "Como as coisas aqui ainda não estão estabelecidas, a impressão que dá é a de que todo mundo constrói esse começo e torce para dar certo. Isso aproxima as pessoas, o ambiente fica ótimo", diz.
Mauro Wanderley, da Globo, não entra em detalhes de salários nem de propostas. Fala com a segurança de primeiro colocado, como se não houvesse dúvidas de que é muito melhor trabalhar ali. Depois de dizer que na Globo não existe "isso" de balizar a programação pelas pesquisas de audiência, ele completa, lacônico: "Mas em termos gerais, se você analisar, a concorrência [com a Record] é saudável. Desperta a competitividade". (PS)


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