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Ex-globais justificam mudança de canal
DA SUCURSAL DO RIO
Quanto ganha alguém que sai
da Globo para ser estrela na Record (ou vice-versa)?
As especulações a respeito de
salário, condições de trabalho,
relacionamento com os colegas, fama, prejuízo na imagem
etc. valem um capítulo à parte.
Algo no estilo "as verdades e
as mentiras do bombado mercado televisivo".
Hiran Silveira, da Record, diz
que nem sempre se paga o dobro, ou o triplo, a quem se dispõe a trabalhar na segunda colocada. "Muitas vezes o cara está encostado na Globo, ou infeliz, e se realiza com a possibilidade de fazer o que quer."
A autora Margareth Boury
está entre os que passaram por
isso. Ela ficou 24 anos na Globo, trabalhou com os melhores
autores -Dias Gomes, Lauro
César Muniz, Carlos Lombardi-, mas nunca deixou de ser
assistente.
"A Record me fez uma proposta irrecusável, não só de dinheiro, mas de realização profissional: escrever uma novela.
Sem falar que, nas minhas férias, eles me liberaram para escrever outra para a TV angolana", conta ela. "Amo a Globo,
saí de lá chorando. Mas entrei
na Record rindo."
Velocidade
Marcelo Serrado deixou a
Globo para fazer uma novela na
Record e acabou fazendo duas
-afirma que foi pelo dobro do
que ganhava na Globo.
"Como eles estavam muito
no início, achei as instalações
meio precárias. Mas é impressionante a velocidade com a
qual eles cresceram. Hoje, são
uma TV de primeiríssima qualidade, com diretores excepcionais, como o [Alexandre] Avancini e o Edgar Miranda, ambos
vindos da Globo", diz.
Serrado diz que não perdeu
em visibilidade: "Quando fiz a
minha primeira novela na Record ["Prova de Amor'], a recepção do público foi um estrondo.
Era como se eu estivesse em
uma novela das oito da Globo",
afirma ele.
Sentada na sala de maquiagem do RecNov, a atriz veterana Ester Góes, que passou dez
anos na Globo e trabalhou na
Bandeirantes e no SBT, diz que
"a vantagem da Record é o porvir". "Como as coisas aqui ainda
não estão estabelecidas, a impressão que dá é a de que todo
mundo constrói esse começo e
torce para dar certo. Isso aproxima as pessoas, o ambiente fica ótimo", diz.
Mauro Wanderley, da Globo,
não entra em detalhes de salários nem de propostas. Fala
com a segurança de primeiro
colocado, como se não houvesse dúvidas de que é muito melhor trabalhar ali. Depois de dizer que na Globo não existe "isso" de balizar a programação
pelas pesquisas de audiência,
ele completa, lacônico: "Mas
em termos gerais, se você analisar, a concorrência [com a Record] é saudável. Desperta a
competitividade".
(PS)
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