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Especialista elogia edifício em que vive
DA REPORTAGEM LOCAL
"Ele era um moderno na essência." A avaliação de Marcelo
Morettin, 39, um dos nomes
mais destacados da arquitetura
paulista recente, é bem fundamentada: ele comprou há seis
anos um apartamento de 110
m2 no Bretagne.
Depois de uma reforma de
seis meses -"o apartamento
estava destruído"-, Morettin
atestou a qualidade do projeto.
"Na reforma, era visível a boa
planta de Jurado, com uma organização interessante do espaço", conta ele. "Acho que já
não há mais aquele preconceito
forte contra ele, essas reações
de intolerância. Suas soluções
são muito inteligentes."
O arquiteto destaca a generosidade dos espaços comuns
("Há espaços para as crianças,
para os mais velhos jogarem
cartas, há uma racionalidade
na disposição dos apartamentos") e diz que, por isso, o ambiente privado tem muito de
caráter público. "A cidade dialoga com o edifício, há uma boa
convivência entre eles."
Para o crítico de arquitetura
Guilherme Wisnik, "as obras
de Artacho têm grandes qualidades". "Hoje vivemos em um
momento mais pluralista, por
isso não associamos o ornamento a uma posição político-ideológica. E há uma generosidade espacial que é própria de
Higienópolis, em contraposição aos prédios novos que se fazem por aí", avalia ele.
"O tempo provou a qualidade
dos projetos de meu pai. Ele sofreu muitas críticas, mas hoje
seus prédios são disputados para aluguel e compra e continuam confortáveis", diz a decoradora Diva Artacho Jurado,
73, filha única do arquiteto.
No entanto, a degradação do
centro de São Paulo não poupou o Duque de Caxias. Parte
da fachada está escondida por
uma faixa, resultado de uma reforma suspensa. O síndico,
Adilson Ramos, pretende concluir os reparos. "Mas teremos
de ir à Justiça cobrar os moradores inadimplentes."
(MG)
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