São Paulo, terça-feira, 18 de julho de 2000


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DISCOS/LANÇAMENTOS
Paul Weller volta acústico em "Heliocentric"


Músico britânico, ex-líder do Jam e do Style Council, fala de amor e imita o Oasis em seu quinto álbum solo


MARCELO VALLETTA
DA REDAÇÃO

A o lançar "Heliocentric", quinto álbum de sua carreira solo, iniciada em 1991, o músico britânico Paul Weller, 42, declarou à imprensa que cogitava abandonar a profissão por se achar velho demais.
Balela. O ex-líder do Jam e do Style Council, grupos de imensa popularidade no Reino Unido, está com a agenda de shows lotada para o verão europeu -em agosto ele toca no festival V2000 e em Dublin e Glasgow- e lança até o fim deste mês um EP com remixes de algumas faixas de "Heliocentric" em versão dance music.
O Weller do ano 2000 é bem diferente do adolescente "mod" que gritava frases como "ninguém vai me dizer o que fazer" no disco de estréia do Jam, "In the City" (77), clássico do punk rock britânico.
Também não é mais o esquerdista chique e intelectualizado que emplacou sucessos como "Shout to the Top" com o Style Council, dupla que formou com o tecladista Mick Talbot entre 1983 e 1990.
Depois de viver o estrelato em seu país de origem e se ver esquecido no início dos anos 90, tendo de começar tudo de novo após ser expulso de sua gravadora, o músico chega ao quinto disco solo -o 15º em seus 25 anos de carreira- com uma sonoridade acústica e letras românticas.
Músicas como "Sweet Pea, My Sweet Pea" -dedicada a sua filha mais velha, Leah-, e "Back in the Fire" têm um toque quase rural, lembrando bastante os primeiros trabalhos solos que o ex-beatle Paul McCartney -seu amigo pessoal, aliás- gravou no início dos anos 70, antes de formar o supergrupo Wings.
E as baladas mais bonitas do disco, "Frightened" e "Love-Less", poderiam muito bem fazer parte do repertório atual de Elvis Costello, conterrâneo e contemporâneo de Weller.
O rock aparece apenas em "There's No Drinking After You're Dead" -"venha provar o vinho/venha se perder", diz a letra- e em "He's the Keeper", que engana o ouvinte ao abrir o álbum com um clima à Oasis -Weller também é amigo dos irmãos Gallagher.
Talvez pelo clima acústico, "Heliocentric" soa atemporal. E é bonito, embora Weller pareça mesmo um tanto cansado, talvez pela aspereza e rouquidão que a voz acumulou em todos esses anos de estrada, talvez pela placidez que parece ter atingido novamente.


Heliocentric     Artista: Paul Weller Lançamento: Island/Universal (importado) Quanto: R$ 35, em média Onde encomendar: Bizarre (tel. 0/xx/ 11/220-7933), Indie (tel. 0/xx/11/816-1220), London Calling (tel. 0/xx/11/ 223-5300)



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