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Quarteto subverte a moral
PAULO MOTA
DA AGÊNCIA FOLHA
Tomei conhecimento da
história do "quarteto amoroso" encabeçado pela agricultora
Marlene Sabóia, em novembro de
1994, quando conversava com
amigos jornalistas sobre o caso
mais momentoso daquela época
em Fortaleza: o incipiente boato
sobre o romance entre o então
ministro da Fazenda, Ciro Gomes, e a atriz Patrícia Pillar, negado pelos dois, mas confirmado
com o tempo.
Enquanto falávamos sobre o
poder de mobilização de um "chifre" na história brasileira, o repórter Moacir Maia, da TV Verdes
Mares, deu a dica para a pauta
mais saborosa que já fiz.
Como em Quixelô não havia telefone, resolvi fazer a reportagem
no vilarejo sem nenhum contato
prévio com o quarteto.
No lar de dona Marlene, a traição era vista como condição demasiadamente humana. A janela
que ligava o quarto dela aos de
seus amantes era o mais vistoso
compartimento da casa.
Os chifres do boi "mansinho", o
animal de estimação do quarteto,
eram alisados com carinho por
todos, em um ritual que se repetia
nos finais de tarde.
O estresse da traição não fazia
parte do abecedário daquela família. Marlene explica: "Cada um
deles tem uma qualidade que eu
não encontro em apenas um. O
primeiro é um marido exemplar.
O segundo é meu melhor amigo e
o terceiro, o amante com que toda
mulher sonha".
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