São Paulo, sexta-feira, 18 de agosto de 2000


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Quarteto subverte a moral

PAULO MOTA
DA AGÊNCIA FOLHA

Tomei conhecimento da história do "quarteto amoroso" encabeçado pela agricultora Marlene Sabóia, em novembro de 1994, quando conversava com amigos jornalistas sobre o caso mais momentoso daquela época em Fortaleza: o incipiente boato sobre o romance entre o então ministro da Fazenda, Ciro Gomes, e a atriz Patrícia Pillar, negado pelos dois, mas confirmado com o tempo.
Enquanto falávamos sobre o poder de mobilização de um "chifre" na história brasileira, o repórter Moacir Maia, da TV Verdes Mares, deu a dica para a pauta mais saborosa que já fiz.
Como em Quixelô não havia telefone, resolvi fazer a reportagem no vilarejo sem nenhum contato prévio com o quarteto.
No lar de dona Marlene, a traição era vista como condição demasiadamente humana. A janela que ligava o quarto dela aos de seus amantes era o mais vistoso compartimento da casa.
Os chifres do boi "mansinho", o animal de estimação do quarteto, eram alisados com carinho por todos, em um ritual que se repetia nos finais de tarde.
O estresse da traição não fazia parte do abecedário daquela família. Marlene explica: "Cada um deles tem uma qualidade que eu não encontro em apenas um. O primeiro é um marido exemplar. O segundo é meu melhor amigo e o terceiro, o amante com que toda mulher sonha".


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