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COMIDA
flores geladas
Às vésperas do início
da primavera, flores
como a capuchinha,
a lavanda e o jasmim
são incorporadas
a sorvetes e sorbets
JANAINA FIDALGO
DA REPORTAGEM LOCAL
No início de agosto, quando
ainda faltava bem mais de um
mês para a primavera, que neste ano tem início às 12h44 da
próxima segunda-feira, os primeiros pedidos apareceram. "E
o sorvete de capuchinha?"
Há quatro anos, a flor comestível tão usada em saladas e
pratos salgados virou um sabor
sazonal (e aguardado) na sorveteria carioca Mil Frutas. Neste
ano, ele chega pela primeira vez
ao freezer da filial paulistana.
"A capuchinha é a cara da primavera. É linda e muito gostosa", diz Renata Saboya, 56, proprietária da Mil Frutas.
Orgânicas, as flores são incorporadas in natura a um creme inglês adoçado com mel.
Quando foi criado, o sorvete levava também sementes de papoula. Com o sumiço do ingrediente dos mercados, foi substituído por gergelim preto.
"No início, os clientes olhavam e achavam estranho um
sorvete de flor. Hoje, antes de a
primavera chegar, já tem gente
pedindo. A flor não é só decorativa, ela dá uma quebrada no
doce", diz Juliana Saboya, sócia
da sorveteria. Acostumada à
demanda por novidades, Juliana diz odiar quando alguém
"pede um sorvete de creme".
Os sorvetes de flor estão presentes também no menu de sobremesas dos restaurantes. De
sabor marcante e bem característico, as rosas são a base de
um sorvete do Arábia que, segundo a chef Leila Kuczynski,
"remete quem é de origem árabe às memórias da infância"
por ser um sabor bem típico.
No La Casserole, a partir da
próxima quinta-feira, as flores
aparecem em um sorbet de
água de flor-de-laranjeira e em
um sorvete de pimenta-rosa de
jabuticaba com lavanda. "A jabuticaba é extremamente sazonal, não queria perder a oportunidade de trabalhar com ela.
Misturá-la à lavanda foi uma
brincadeira de mesclar um sabor brasileiro com outro francês. O casamento foi bem feliz",
diz Marie-France Henry, proprietária do restaurante.
Quem está cuidando da produção é a mestre-sorveteira
Paula Saracchi, que também
assina os sorvetes de jasmim e
de lichia com rosas do Buddha
Bar. "Num sorvete de flor, o sabor é o que mais ressalta. Pela
própria temperatura, o aroma
tende a ser mais suave", diz.
"Quando o sorvete tem flor, o
que vem à boca é o sabor da flor.
Depois aparece o da fruta."
Foi depois de comer um macaron de jasmim do chef pâtissier Pierre Hermé que Bel Coelho, chef do Buddha Bar, cismou em fazer um sorvete de
jasmim. "Adoro, tomo todo dia.
É um sabor inebriante, muito
intenso, entra pelo nariz quando você coloca na boca", diz Bel.
ONDE TOMAR
>> EM SORVETERIAS
MIL FRUTAS
>> de capuchinha
Quanto: R$ 7 (uma bola); R$ 35 (350 ml)
Onde: shopping Cidade Jardim (av. Magalhães de Castro, 12.000, Butantã, tel. 0/xx/11/3552-5900)
Quando: seg. a sáb., 10h às 22h; dom., 13h às 20h
SOROKO
>> de rosas
Quanto: R$ 2,75 (uma bola) ou R$ 24 (o quilo)
Onde: r. Augusta, 305, Consolação, tel. 0/xx/11/3258-8939
Quando: diariamente, das 12h às 22h
>> EM RESTAURANTES
ARÁBIA
>> de rosas
Quanto: R$ 11,20
Onde: r. Haddock Lobo, 1.397, Cerqueira César, tel. 0/xx/11/3061-2203
Quando: seg. a qui., das 12h às 15h30 e 19h à 0h; sex. e sáb., das 12h à 1h; dom., das 12h à 0h
BUDDHA BAR
>> de jasmin ou de lichia com rosas
Quanto: R$ 19 (degustação de três sabores); R$ 22 (degustação de quatro sabores)
Onde: Villa Daslu (r. Chedid Jafet, 131, Vila Olímpia, tel. 0/xx/11/3044-6181)
Quando: seg. a qui., das 12h às 15h e das 20h à 1h; sex., das 12h às 15h e das 20h às 2h; sáb., das 13h às 17h e das 20h às 2h
LA CASSEROLE
>> de jabuticaba com lavanda ou sorbet de água de laranjeira e pimenta-rosa
Onde: R$ 14,50 e R$ 18, respectivamente
Onde: lgo. do Arouche, 346, centro, tel. 0/xx/11/3331-6283
Quando: ter. a qui., das 12h às 15h e das 19h à 0h; sex., da 12h às 15h e das 19h à 1h; sáb., das 19h à 1h; dom., das 12h às 16h e das 19h às 23h
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