São Paulo, quinta-feira, 18 de outubro de 2001 |
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GASTRONOMIA VINICULTURA Marca produz tintos e brancos comparáveis a exemplares franceses Catena coloca Argentina no mapa mundial de vinhos
JORGE CARRARA A ARGENTINA E O MUNDO:"Quando vivi nos Estados
Unidos, me dei conta de que a Argentina estava muito isolada. Que
tinha desenvolvido uma idéia do
vinho, uma definição do que era
qualidade, muito diferente da que
o resto do mundo tinha [uma referência, talvez, ao velho estilo dos
vinhos argentinos, em geral pesados, sem acidez, sem fruta, sem alma". Dessa forma, apesar de estar
em Nova York estudando, descobri o quanto os argentinos estavam isolados, especialmente nesse tema do vinho, do resto do
mundo". MONDAVI: "Casualmente, em 81,
fui a Berkeley. Comecei a ir a Napa Valley por curiosidade. Lá me
encontrei com Robert Mondavi
[renomado produtor norte-americano" e os que estavam com ele,
que haviam desenvolvido a idéia
de que, com esforço e investimentos, podiam elaborar alguns vinhos que competissem com os
franceses. Depois, a história demonstrou que ele tinha razão.
Pensei: "Se este homem fez isto
[aqui", por que não [repeti-lo" na
Argentina?".". A VOLTA A MENDOZA: "Em 1983,
iniciei um projeto para produzir o
que chamei de qualidade internacional. Esqueci do gosto argentino e me propus a fazer algo para
ver se tinha algum lugar no mundo. A primeira coisa que fiz foi
pesquisar. A relação entre microclima e qualidade era um tema
muito pouco estudado na época.
Tive que partir do zero. Começamos a moer uvas de distintos lugares e a estudar os resultados. Tinha técnicos muito bons, mas não
tínhamos uma cultura do que era
a viticultura e a vinificação". OS CONSULTORES: "Decidi então
contratar consultores, algo que
ninguém tinha feito na Argentina.
Busquei um consultor de Napa
[Paul Hobbs, um especialista em
chardonnay", um consultor francês [Jacques Lurton, de Bordeaux,
para os cabernet" e um italiano
[Atílio Pagli, com experiência em
uvas sangiovese, talvez porque o
seu pai, Domingo, achava que os
tintos malbec, uma especialidade
Argentina, tinham similaridade
com alguns vinhos italianos"". O PRIMEIRO SUCESSO: "Minha
mulher, Elena, foi vender o vinho
[a primeira safra comercializada
dos novos exemplares foi a de 90"
nos Estados Unidos. O nosso
chardonnay custava US$ 13. O
distribuidor de Boston disse que,
para vender um vinho sul-americano a esse preço, tinha que ser do
mesmo nível que um californiano
de US$ 26. Um pouco audaz e um
pouco inconsciente, ela perguntou se queria compará-lo. Abriram um Acácia [um belo chardonnay americano da época". O
[nosso" vinho agradou e, pela primeira vez, um vinho sul-americano passou a barreira dos US$ 10". O BRASIL: "Descobri que o consumidor brasileiro se converteu,
nos últimos anos, num grande
apreciador de vinhos de qualidade. Estou vendo [o Brasil" como
um mercado importante para
nossos produtos". Os vinhos Catena são importados pela Mistral: tel. 0/xx/11/3285-1422, em SP; 0/xx/21/2274-4562, no Rio O colunista Jorge Carrara viajou a Mendoza a convite do grupo Catena Texto Anterior: Relâmpagos - João Gilberto Noll: O jardim Próximo Texto: Panorâmica - França: Bistrô prepara entrecosto argentino Índice |
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