São Paulo, sábado, 18 de novembro de 2000

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"Os Vestígios do Dia" no cinema projetou autor

DA REPORTAGEM LOCAL

Nada projetou mais a obra de Kazuo Ishiguro do que a adaptação para o cinema de seu romance "Os Vestígios do Dia", feita por James Ivory em 1993.
"Fiquei realizado", conta o escritor. "Gosto tanto de cinema que, antes de ser romancista, sonhava em escrever roteiros. Cheguei mesmo a fazer alguns."
Mas quem pensa que encontrará nas obras de Ishiguro algo de "cinematográficos" pode procurar alguma outra coisa nas prateleiras.
"Quando escrevo romances, pretendo fazer livros impossíveis de serem filmados."
Na opinião do autor, os dois campos artísticos devem estar muito bem separados. "Frequentemente leio um livro que acho muito bom, mas a experiência que ele me traz é semelhante à que tenho vendo um bom filme. Isso para mim não é o bastante."
É por isso que Ishiguro diz que decidiu escrever romances: "O autor tem ferramentas muito mais interessantes do que o cineasta. Pode mapear todo o universo interior do seu personagem".
Foi isso que Ishiguro fez em "Os Vestígios do Dia", perscrutando a imaginação de um mordomo inglês.
"Quando fiz o livro, achava que era quase impossível de ser convertido em filme. Errei." Agora o escritor está torcendo para estar novamente enganado. Ele diz que a saga do detetive Christopher Banks, personagem de "Quando Éramos Órfãos", é "infilmável", mas acaba de vender os direitos de adaptação do livro. "Infelizmente ainda não posso dizer quem será o diretor", conta o romancista. (CEM)


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