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"Os Vestígios do Dia" no cinema projetou autor
DA REPORTAGEM LOCAL
Nada projetou mais a obra
de Kazuo Ishiguro do que a
adaptação para o cinema de
seu romance "Os Vestígios
do Dia", feita por James
Ivory em 1993.
"Fiquei realizado", conta o
escritor. "Gosto tanto de cinema que, antes de ser romancista, sonhava em escrever roteiros. Cheguei mesmo
a fazer alguns."
Mas quem pensa que encontrará nas obras de Ishiguro algo de "cinematográficos" pode procurar alguma
outra coisa nas prateleiras.
"Quando escrevo romances, pretendo fazer livros impossíveis de serem filmados."
Na opinião do autor, os
dois campos artísticos devem estar muito bem separados. "Frequentemente leio
um livro que acho muito
bom, mas a experiência que
ele me traz é semelhante à
que tenho vendo um bom
filme. Isso para mim não é o
bastante."
É por isso que Ishiguro diz
que decidiu escrever romances: "O autor tem ferramentas muito mais interessantes
do que o cineasta. Pode mapear todo o universo interior
do seu personagem".
Foi isso que Ishiguro fez
em "Os Vestígios do Dia",
perscrutando a imaginação
de um mordomo inglês.
"Quando fiz o livro, achava que era quase impossível
de ser convertido em filme.
Errei." Agora o escritor está
torcendo para estar novamente enganado. Ele diz que
a saga do detetive Christopher Banks, personagem de
"Quando Éramos Órfãos", é
"infilmável", mas acaba de
vender os direitos de adaptação do livro. "Infelizmente
ainda não posso dizer quem
será o diretor", conta o romancista.
(CEM)
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