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Escritor é duplamente o melhor
DA REPORTAGEM LOCAL
Em 1983, a revista inglesa
"Granta", uma das melhores publicações literárias da Europa, fez
um mapeamento de quais eram
os principais escritores britânicos
abaixo de 40 anos.
Lá estavam um bando de desconhecidos com nomes estranhos
como Salman Rushdie, Martin
Amis e Kazuo Ishiguro.
Dez anos depois, a revista voltou a fazer a mesma pesquisa. E lá
estava Ishiguro mais uma vez.
Duplamente escolhido em duas
das listas mais acertadas dos melhores escritores contemporâneos
(leia nos quadros ao lado), Ishiguro tem a peculiaridade de ser um
dos poucos deles que enxerga alguma união entre esses autores.
"Usualmente, escritores não
gostam de serem retratados como
um grupo. Somos muito arrogantes e nos achamos absolutamente
únicos", diz à Folha.
"A geração anterior de autores
britânicos, gente como William
Golding, era muito diferente da
minha turma. Eles escreviam como se fossem o centro do mundo", brinca Ishiguro.
Segundo ele, a predominância
da cultura britânica levava os autores dessa geração "a não se sentirem obrigados a olhar além da
sociedade inglesa. Escreviam como para seus vizinhos".
E aí está, segundo o autor, a
principal característica do grupo
que ele mesmo chama de "geração 83", em alusão à primeira lista
da "Granta": "Percebemos que a
Grã-Bretanha não tinha mais essa
importância cultural tão crucial e
decidimos escrever internacionalmente".
(CEM)
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