São Paulo, sábado, 18 de novembro de 2000

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Escritor é duplamente o melhor


DA REPORTAGEM LOCAL

Em 1983, a revista inglesa "Granta", uma das melhores publicações literárias da Europa, fez um mapeamento de quais eram os principais escritores britânicos abaixo de 40 anos.
Lá estavam um bando de desconhecidos com nomes estranhos como Salman Rushdie, Martin Amis e Kazuo Ishiguro.
Dez anos depois, a revista voltou a fazer a mesma pesquisa. E lá estava Ishiguro mais uma vez.
Duplamente escolhido em duas das listas mais acertadas dos melhores escritores contemporâneos (leia nos quadros ao lado), Ishiguro tem a peculiaridade de ser um dos poucos deles que enxerga alguma união entre esses autores.
"Usualmente, escritores não gostam de serem retratados como um grupo. Somos muito arrogantes e nos achamos absolutamente únicos", diz à Folha.
"A geração anterior de autores britânicos, gente como William Golding, era muito diferente da minha turma. Eles escreviam como se fossem o centro do mundo", brinca Ishiguro.
Segundo ele, a predominância da cultura britânica levava os autores dessa geração "a não se sentirem obrigados a olhar além da sociedade inglesa. Escreviam como para seus vizinhos".
E aí está, segundo o autor, a principal característica do grupo que ele mesmo chama de "geração 83", em alusão à primeira lista da "Granta": "Percebemos que a Grã-Bretanha não tinha mais essa importância cultural tão crucial e decidimos escrever internacionalmente". (CEM)


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