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26ª SÃO PAULO FASHION WEEK
Osklen cria "novo homem" com série de moletons
Coleção da grife carioca é destaque no primeiro dia da São Paulo Fashion Week
ALCINO LEITE NETO
EDITOR DE MODA
VIVIAN WHITEMAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Se alguém ainda tinha dúvidas de que o mercado fashion
entrou para o time de frente da
economia brasileira, agora ficará difícil negar.
Depois do animado discurso
que o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva fez em defesa da
indústria calçadista, semana
passada, na feira CouroModa,
ontem foi a vez de o prefeito de
São Paulo, Gilberto Kassab, defender a indústria de moda, na
abertura da temporada outono-inverno 2009 da São Paulo
Fashion Week.
"A indústria da moda gera
empregos e levanta a autoestima do país. Queremos consolidar São Paulo como a capital
brasileira da moda e também
da América Latina", discursou
Kassab, ao lado do diretor criativo da SPFW, Paulo Borges.
Foi a primeira vez que uma
autoridade política subiu à passarela na semana de moda paulista. Foi também a primeira
SPFW realizada depois da associação do evento com o grupo
de gestão de marcas Inbrands,
criado por ex-sócios do Banco
Pactual e pela Ellus.
A Orquestra Sinfônica de Heliópolis, formada na favela do
mesmo nome, abriu a temporada, executando um trecho da
ópera "O Guarani", de Carlos
Gomes -utilizado como vinheta do programa federal de rádio
"A Voz do Brasil". E assim um
tom oficialista e nacionalista
dominou a abertura do evento,
que tem como tema nesta edição os "brasilianismos" e a felicidade brasileira.
O ufanismo e o palavrório,
porém, logo se desmancharam
na mente dos fashionistas, com
o desfile da grife FH, do estilista Fause Haten, marcada por
inspirações árabes e indianas.
Além de Ipanema
Na sequência, o estilista Oskar Metsavaht mostrou mais
uma vez que ele e a equipe criativa da Osklen continuam no
topo da onda -e que esta bate
muito além das areias da supervalorizada praia de Ipanema.
Ousadamente, a coleção de Oskar Metsavaht fala do surgimento de um "novo homem".
Mas como interpretar essa história complicada numa passarela?
A Osklen escolheu um caminho inteligente: descomplicou
geral. Retornou aos básicos.
Mas que básicos? O terninho, a
calça preta e a camisa branca?
Não. Foi buscar a resposta no
moletom e na malharia, fundamentos da indústria têxtil no
país e do streetwear brasileiro.
Moletom fino, é verdade,
misturado com tecidos tecnológicos e tricôs aconchegantes
(feitos com tiras de moletom).
Formas amplas, confortáveis e
muito inventivas -tudo em
cinza-mescla (a cor clássica
desse tecido) e preto.
A coleção demonstra que o
design de moda não depende
apenas de tecidos caríssimos e
afetações de luxo -ainda mais
nesta época, quando os consumidores esperam preços menos estratosféricos nas lojas.
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