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TV PAGA
Protagonista do seriado, o premiado Tony Shalhoub conta que seu detetive atrapalhado já virou gíria nos EUA
Manias de Monk chegam à 4ª temporada
MARCELO BARTOLOMEI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Em sua quarta temporada na
TV paga, o detetive atrapalhado,
porém eficiente, Adrian Monk
(Tony Shalhoub) mostra que tudo é possível na TV -compartilhando da mesma teoria de seriados americanos de sucesso como
"Lost" e "24 Horas".
Imagine: além de conviver com
o TOC (transtorno obsessivo-compulsivo), ele sofre de amnésia
num episódio após ser atingido
na cabeça. Ao ser levado para
uma pequena cidade ao lado de
San Francisco, onde tradicionalmente ocorre a ação da série,
Monk sabe que só bebe uma marca de água, mas não lembra qual;
percebe que tem medo de altura,
mas não imagina o motivo; sabe
que não sai por aí apertando a
mão de todo mundo na rua, mas
acha isso estranho.
Novos episódios do humorístico estréiam no Universal Channel
na próxima quarta-feira (às 23h).
Na TV aberta, a Record exibe, às
sextas (às 23h15), a primeira temporada. Entre os episódios inéditos, o de estréia, "Mr. Monk Goes
to a Fashion Show" (Sr. Monk vai
a um desfile de moda), também
mostra o quão o personagem pode ir longe, ao tentar tirar o filho
de uma costureira de uma grande
indústria de confecções da cadeia.
Sua ligação "afetiva" com a costureira existe porque ele só compra
camisas produzidas por ela
-identificadas no número de série da etiqueta- e nas mesmas
cores e com as mesmas listras. E,
de repente, percebe que elas estão
todas com pequenos defeitos.
Vida longa
Tão popular por seu "estranho"
personagem nos EUA, Shalhoub
-consagrado com dois prêmios
Emmy de ator de comédia e com
um Globo de Ouro- disse, em
entrevista, que a série tem garantidas mais duas temporadas, cada
uma com 16 capítulos. Agora que
ele também é produtor da série,
começou a gravar a quinta temporada em fevereiro, em Los Angeles, e a sexta ainda está no papel,
mas seu contrato foi assinado.
"Uma das coisas que funciona é
que somos capazes de encontrar o
tom a cada episódio, que se torna
mais denso e escuro. A maioria
das séries é seqüencial, mas Monk
não, pois cada episódio pode ser
assistido separadamente. Eu acho
também que o personagem ganha
o público por ter muitos obstáculos para vencer e sempre consegue. Desafios e pessoas com dificuldades chamam a atenção do
público", avalia o ator.
"O personagem já virou gíria.
Tem gente que diz que está num
momento Monk. Já ouvi gente falar: "Ah, hoje eu estou meio
Monk". Eu nunca me imaginei como ele, mas atualmente tenho
percebido que hesito em apertar a
mão de algumas pessoas", conta o
ator de 52 anos e uma lista grande
de filmes ("Homens de Preto 2" e
"Contra Tudo e contra Todos",
entre outros) e algumas participações televisivas na carreira.
"Acho que todo mundo tem
uma coisa ou outra que o faz distrair durante um momento em
que deveria estar concentrado.
Ou alguma mania. Não posso ir
para a cama se minha cozinha não
estiver completamente limpa, para que eu acorde e encontre tudo
perfeito no dia seguinte", diz Shalhoub, se divertindo com seu jeito
Monk de ser. No entanto, ator
acha que com "Monk" e outros
seriados ou filmes, o público reconheceu que é preciso tratar o
TOC, mas que a maior dificuldade ainda é identificar a doença.
A série é dividida em duas partes nos EUA, onde é apresentada
no canal USA Network, com os
episódios exibidos em lotes de oito capítulos cada um, maneira escolhida para exibição aqui também. Segundo Shalhoub, um romance, campo tão inexplorado na
vida de Monk, deve ser o próximo
investimento do seriado.
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