São Paulo, domingo, 19 de março de 2006

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TV PAGA

Protagonista do seriado, o premiado Tony Shalhoub conta que seu detetive atrapalhado já virou gíria nos EUA

Manias de Monk chegam à 4ª temporada

MARCELO BARTOLOMEI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Em sua quarta temporada na TV paga, o detetive atrapalhado, porém eficiente, Adrian Monk (Tony Shalhoub) mostra que tudo é possível na TV -compartilhando da mesma teoria de seriados americanos de sucesso como "Lost" e "24 Horas".
Imagine: além de conviver com o TOC (transtorno obsessivo-compulsivo), ele sofre de amnésia num episódio após ser atingido na cabeça. Ao ser levado para uma pequena cidade ao lado de San Francisco, onde tradicionalmente ocorre a ação da série, Monk sabe que só bebe uma marca de água, mas não lembra qual; percebe que tem medo de altura, mas não imagina o motivo; sabe que não sai por aí apertando a mão de todo mundo na rua, mas acha isso estranho.
Novos episódios do humorístico estréiam no Universal Channel na próxima quarta-feira (às 23h). Na TV aberta, a Record exibe, às sextas (às 23h15), a primeira temporada. Entre os episódios inéditos, o de estréia, "Mr. Monk Goes to a Fashion Show" (Sr. Monk vai a um desfile de moda), também mostra o quão o personagem pode ir longe, ao tentar tirar o filho de uma costureira de uma grande indústria de confecções da cadeia. Sua ligação "afetiva" com a costureira existe porque ele só compra camisas produzidas por ela -identificadas no número de série da etiqueta- e nas mesmas cores e com as mesmas listras. E, de repente, percebe que elas estão todas com pequenos defeitos.

Vida longa
Tão popular por seu "estranho" personagem nos EUA, Shalhoub -consagrado com dois prêmios Emmy de ator de comédia e com um Globo de Ouro- disse, em entrevista, que a série tem garantidas mais duas temporadas, cada uma com 16 capítulos. Agora que ele também é produtor da série, começou a gravar a quinta temporada em fevereiro, em Los Angeles, e a sexta ainda está no papel, mas seu contrato foi assinado.
"Uma das coisas que funciona é que somos capazes de encontrar o tom a cada episódio, que se torna mais denso e escuro. A maioria das séries é seqüencial, mas Monk não, pois cada episódio pode ser assistido separadamente. Eu acho também que o personagem ganha o público por ter muitos obstáculos para vencer e sempre consegue. Desafios e pessoas com dificuldades chamam a atenção do público", avalia o ator.
"O personagem já virou gíria. Tem gente que diz que está num momento Monk. Já ouvi gente falar: "Ah, hoje eu estou meio Monk". Eu nunca me imaginei como ele, mas atualmente tenho percebido que hesito em apertar a mão de algumas pessoas", conta o ator de 52 anos e uma lista grande de filmes ("Homens de Preto 2" e "Contra Tudo e contra Todos", entre outros) e algumas participações televisivas na carreira.
"Acho que todo mundo tem uma coisa ou outra que o faz distrair durante um momento em que deveria estar concentrado. Ou alguma mania. Não posso ir para a cama se minha cozinha não estiver completamente limpa, para que eu acorde e encontre tudo perfeito no dia seguinte", diz Shalhoub, se divertindo com seu jeito Monk de ser. No entanto, ator acha que com "Monk" e outros seriados ou filmes, o público reconheceu que é preciso tratar o TOC, mas que a maior dificuldade ainda é identificar a doença.
A série é dividida em duas partes nos EUA, onde é apresentada no canal USA Network, com os episódios exibidos em lotes de oito capítulos cada um, maneira escolhida para exibição aqui também. Segundo Shalhoub, um romance, campo tão inexplorado na vida de Monk, deve ser o próximo investimento do seriado.


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