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Museus não revitalizam a Luz, afirma arquiteto
DA REPORTAGEM LOCAL
Não chame Paulo Mendes da
Rocha para integrar o coro dos
que acham que museus e centros
culturais vão revitalizar a Luz, no
centro do São Paulo. A região já
abriga a Pinacoteca, a Estação Pinacoteca e a Sala São Paulo, e o investimento não estancou a deterioração. Museus, para ele, propiciam uma ocupação episódica, e a
região precisa de prédios do governo, universidades e habitação.
Paulo é contrário à idéia da prefeitura de demolir quadras da região: "Só o fato de chamarem
uma região dessas de Cracolândia, eu estou fora. É um absurdo.
Se há uns meninos drogados,
qualquer coisa que te faça chorar
de triste, não é para botar um nome desses. Isso aqui não é a Cracolândia. É a Luz. É preciso um
projeto para a Luz. São capazes de
fazer um projeto Cracolândia".
O repórter informa Paulo que a
prefeitura rebatizou o projeto de
Nova Luz. E pergunta: "E agora?
Você está dentro?".
"A população que tem dinheiro
abomina a cidade porque a cidade
é um lugar de liberdade e esse pessoal não tolera a liberdade do outro. Então, sai fora, manda cercar
e mora longe. Essa decadência é
inexorável. Qualquer projeto urbanístico não é para combater o
tráfico de drogas. Isso se faz em
qualquer lugar que apareça o mal.
O projeto deve ser de espacialidade e recomposição da área. A
grande providência seria as empresas retomarem essas áreas.
Uma cidade abandonada não pode ser outra coisa senão um desastre. Não há arquiteto que possa
revitalizar essa porcaria."
(MCC)
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