São Paulo, domingo, 19 de março de 2006

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Museus não revitalizam a Luz, afirma arquiteto

DA REPORTAGEM LOCAL

Não chame Paulo Mendes da Rocha para integrar o coro dos que acham que museus e centros culturais vão revitalizar a Luz, no centro do São Paulo. A região já abriga a Pinacoteca, a Estação Pinacoteca e a Sala São Paulo, e o investimento não estancou a deterioração. Museus, para ele, propiciam uma ocupação episódica, e a região precisa de prédios do governo, universidades e habitação.
Paulo é contrário à idéia da prefeitura de demolir quadras da região: "Só o fato de chamarem uma região dessas de Cracolândia, eu estou fora. É um absurdo. Se há uns meninos drogados, qualquer coisa que te faça chorar de triste, não é para botar um nome desses. Isso aqui não é a Cracolândia. É a Luz. É preciso um projeto para a Luz. São capazes de fazer um projeto Cracolândia".
O repórter informa Paulo que a prefeitura rebatizou o projeto de Nova Luz. E pergunta: "E agora? Você está dentro?".
"A população que tem dinheiro abomina a cidade porque a cidade é um lugar de liberdade e esse pessoal não tolera a liberdade do outro. Então, sai fora, manda cercar e mora longe. Essa decadência é inexorável. Qualquer projeto urbanístico não é para combater o tráfico de drogas. Isso se faz em qualquer lugar que apareça o mal. O projeto deve ser de espacialidade e recomposição da área. A grande providência seria as empresas retomarem essas áreas. Uma cidade abandonada não pode ser outra coisa senão um desastre. Não há arquiteto que possa revitalizar essa porcaria." (MCC)


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