Risadaria tem acervo, debates e esquetes na Bienal

RODRIGO RUSSO
DA REPORTAGEM LOCAL

Para o escritor Mark Twain, o riso era a única arma eficaz dos homens; já Charles Chaplin, mestre do cinema, dizia que "rir é um tônico, um alívio, uma pausa que permite atenuar a dor". É com esse espírito que começa hoje no pavilhão da Bienal o Risadaria, o maior festival dedicado a todas as formas de manifestação do humor, do teatro à TV, do Brasil.
"Depois da fatalidade [o assassinato do cartunista Glauco Vilas Boas, 53, e de seu filho Raoni, 25, na madrugada da sexta-feira passada], ficou todo mundo muito abalado. Já contávamos com sua participação", diz Paulo Bonfá, humorista conhecido pelo "Rockgol", da MTV, e idealizador do evento. Apesar de pensado para abrigar homenagens a grandes humoristas ainda em atividade, como os eleitos Chico Anysio e Millôr Fernandes, o festival inclui em sua programação um tributo a Glauco, que assinava tiras diárias na Folha.
Haverá um espaço dedicado ao material gráfico que enviou para o evento, e, no domingo, os amigos Laerte e Angeli debaterão sobre jornalismo com humor, em data que marcaria a reunião de Los Tres Amigos.
Bonfá resume o espírito do Risadaria na seguinte fórmula: "É um misto de Disneylândia com Rock in Rio. Teremos um grande acervo sobre humor na TV, no rádio, na internet, e performances únicas, como as que o público esperava do Rock in Rio". Uma delas será a apresentação ao vivo, hoje à noite, da trupe do "Casseta & Planeta".
"Reunimos a nata do humor nacional. Quer dizer, a nata, não, porque todo mundo coa o leite e joga fora. Teremos a espuma do leite", brinca Bonfá.