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Crítica/série/"Epitáfios"
Roteiristas jogam com pistas falsas e manuseiam clichês em série madura
CÁSSIO STARLING CARLOS
CRÍTICO DA FOLHA
O
retorno de "Epitáfios"
cinco anos depois de
sua primeira temporada demonstra que a longa pausa ajudou a consolidar os talentos em torno da produção e a
depurar a trama dos elementos
postiços que sobrecarregavam
a estreia.
Nos dois primeiros episódios
desta segunda fase, rapidamente se confirma, além do excelente domínio técnico, a capacidade de seus criadores de mimetizarem os códigos de eficiência da matriz americana.
Pode-se apontar a falta de cor
local na história da dupla de policiais brincando de gato e rato
com um serial-killer duplo,
mas chama mais a atenção a habilidade dos irmãos-roteiristas
Walter e Marcelo Slavich de jogar com pistas falsas e manusear mesmo os clichês tradicionais do thriller em proveito de
uma trama pontuada por inúmeros clímax.
A galeria de tipos ganha peso
com a entrada de XL (Alejandro Awada), um mendigo com
poderes premonitórios, e Mariano (Juan Minujín), um policial com olfato apuradíssimo
que dá nuances à escuridão dos
parceiros Renzo (Julio Chávez)
e Marina (Cecilia Roth).
Mas esqueça "Seven". A referência principal aqui é o "gial-
lo", gênero policial do cinema
italiano no qual a profusão de
sangue é proporcional à estética das mortes. Não é à toa que
seu irresistível criminoso comete assassinatos como se fossem obras de belas-artes.
Avaliação: ótimo
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