São Paulo, domingo, 19 de abril de 2009

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Crítica/série/"Epitáfios"

Roteiristas jogam com pistas falsas e manuseiam clichês em série madura

CÁSSIO STARLING CARLOS
CRÍTICO DA FOLHA

O retorno de "Epitáfios" cinco anos depois de sua primeira temporada demonstra que a longa pausa ajudou a consolidar os talentos em torno da produção e a depurar a trama dos elementos postiços que sobrecarregavam a estreia.
Nos dois primeiros episódios desta segunda fase, rapidamente se confirma, além do excelente domínio técnico, a capacidade de seus criadores de mimetizarem os códigos de eficiência da matriz americana.
Pode-se apontar a falta de cor local na história da dupla de policiais brincando de gato e rato com um serial-killer duplo, mas chama mais a atenção a habilidade dos irmãos-roteiristas Walter e Marcelo Slavich de jogar com pistas falsas e manusear mesmo os clichês tradicionais do thriller em proveito de uma trama pontuada por inúmeros clímax.
A galeria de tipos ganha peso com a entrada de XL (Alejandro Awada), um mendigo com poderes premonitórios, e Mariano (Juan Minujín), um policial com olfato apuradíssimo que dá nuances à escuridão dos parceiros Renzo (Julio Chávez) e Marina (Cecilia Roth).
Mas esqueça "Seven". A referência principal aqui é o "gial- lo", gênero policial do cinema italiano no qual a profusão de sangue é proporcional à estética das mortes. Não é à toa que seu irresistível criminoso comete assassinatos como se fossem obras de belas-artes.

Avaliação: ótimo


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