JANAINA FIDALGO
DA REDAÇÃO

Cenas e canções de três peças de Chico Buarque -"Calabar", "Gota d'Água" e "Ópera do Malandro"- ganham montagem hoje e amanhã no Sesc Ipiranga, em São Paulo, dentro do projeto "Em Cena, Ações!".
"Fragmentei as peças em três partes. Tive a idéia de fazer um prólogo ("Calabar'), o interlúdio ("Gota d'Água') e o epílogo ("Ópera do Malandro')", conta o diretor e roteirista Heron Coelho.
Assim, de "Calabar" há fragmentos de cenas e canções. De "Gota d'Água", Coelho mostra apenas as músicas. E de "Ópera do Malandro" há quatro cenas com suas respectivas canções -"O Meu Amor", "Homenagem ao Malandro", "Geni e o Zepelim" e "Doze Anos".
"A Miriam [Muniz] me ensinava a escolher as cenas-chaves, pontos fundamentais de um texto dramatúrgico que você consegue sintetizar e mostrar com clareza", conta Coelho. "E as letras das canções do Chico são uma síntese do discurso dramatúrgico que ele tem. "Geni e o Zepelim" é uma epopéia. A música dele já é uma dramaturgia em si."
Depois das apresentações cênico-musicais, que contam com a participação da atriz e diretora Georgette Fadel, a atriz Maria Alice Vergueiro e a professora Adélia Bezerra de Meneses, autora de "Desenho Mágico, Poesia e Política em Chico Buarque" (Ateliê Editorial), participam de um debate sobre a obra teatral do compositor.