DA REPORTAGEM LOCAL

Ao lado de Bauhaus, o Sisters of Mercy é a principal referência musical para os góticos, grupo mal-visto entre os roqueiros por serem "sensíveis demais", por vestirem "preto demais"... Mas Andrew Eldritch, vocalista e fundador da banda, refuta qualquer menção à classificação.
"Até entendo que os góticos gostem de nosse música, mas o bom é que temos um público variado. Vai de donas-de-casa a motoqueiros e drag-queens", disse Eldritch em entrevista coletiva anteontem, em São Paulo.
Sobre o fato de muitos dos fãs vestirem preto, brincou: "Na época em que gravamos "First and Last and Always" [1985], usávamos camisas havaianas. Mas teve uma semana em que fizemos shows em Manchester e, por acaso, usamos roupas pretas. Por azar, as pessoas passaram a achar que éramos sempre assim"...
Eldritch está em São Paulo para o segundo show do Sisters of Mercy por aqui, no Via Funchal, -a primeira passagem foi em 1990. Amanhã, a banda toca no Circo Voador, no Rio de Janeiro.
No show, o grupo deve apresentar velhas conhecidas, como "This Corrosion", "Walk Away", "Dominion", "Alice"...
Após, "First and Last...", a banda fez "Floodland" (1987) e "Vision Thing" (90). Por problemas contratuais com o selo East/ West, deixaram de lançar material inédito. Eldritch diz que esteve compondo nesse tempo e que de "cinco a oito canções novas" devem aparecer no show.
Além de Eldritch, a recente formação do grupo tem Chris May (guitarra), Ben Christodoulou (guitarra), Simon Denbigh (teclados). Doktor Avalanche, a famosa bateria eletrônica do Sisters, também estará no show.
(THIAGO NEY)